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Dia Internacional da Síndrome de Down pede atenção sem preconceito

Para a presidente da Aspad, Recife e Pernambuco precisam melhorar no atendimento a quem tem a síndrome

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Um encontro de famílias, ontem, antecipou a celebração do Dia Internacional da Síndrome de Down (celebrado hoje) com o 1º Encontro Fazendo Acontecer, no Econúcleo do Parque da Jaqueira, em uma iniciativa da Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down (Aspad) e dos grupos Down+, Integrarte e RecDown. “O objetivo foi reunir e fazer com que os grupos interajam”, explicou a advogada Renata Sonoda, de 39 anos, uma das organizadoras. Para a presidente da Aspad, Maria Thereza Almeida Antunes, o Recife e Pernambuco precisam melhorar no atendimento a quem tem a síndrome.

Maria Thereza fez paralelo com a situação das crianças com microcefalia e a necessidade de acolhimento humanizado. “Ninguém é Deus para dizer que não vai ter jeito”, disse, lembrando frases que ouviu em relação ao filho, Guilherme, 33. E reforçou a necessidade de mães e pais serem informados de modo diferenciado e receberem seus filhos com a convicção de que podem ter vidas dignas como mostram, prática, pessoas como Carlos Vasconcelos, aos 26, formado e trabalhando com educação física. “Infelizmente, quem impõe limitações são as pessoas desinformadas”, salienta Miriam Sonoda, 61, mãe de Renata.

Eles conseguiram fazer a diferença

Tímida no primeiro contato, Catarina Valéria Nóbrega, 24 anos, precisou ouvir um pouco da repórter para depois falar sobre ela. Afinal, não é para qualquer pessoa que Kate, como é carinhosamente chamada por sua família, abre seu coração e conta sua história. Após alguns minutos de uma conversa descontraída, ela esboçou um sorriso e falou de seus sonhos.

Catarina é atriz e já encenou nove espetáculos teatrais com o grupo Integrart. Além disso, é rainha do grupo de maracatu Maracaarte. O que a torna diferente dos outros jovens? Ela nasceu com 21 cromossomos e, para alguns, seria incapaz de ter uma vida normal, já que tem síndrome de Down. Para a sua família, ela possui o cromossomo que os fez enxergar um novo mundo cheio de alegrias e desafios. “Kate é a personificação do que é afeto em minha vida.

Para ela, eu sou a ‘irmã velha’. Na infância, eu e meu irmão vivemos muitos preconceitos por ela ser diferente, o que me tornou protetora. Nós temos uma relação muito boa de amizade. Ela sempre percebe quando eu estou triste ou feliz e me dá conselhos, e isso acaba me deixando mais leve”, conta Amanda Nóbrega, 27.

Em dezembro de 2015, Kate foi pedida em casamento pelo seu então namorado, Felipe Rosa, 30, que também é ator e tem Down. “Meu maior sonho é casar com ele, ser mãe e criar meus filhos”, revela. “É pra vida toda. Porque a gente se ama”, enfatiza o noivo. Para Valéria Nóbrega, mãe de Catarina, este é o rumo natural da vida e apoia o relacionamento da filha. “Eu costumo dizer que assim como a poliomielite passou por mim na infância e deixou sequelas, a síndrome de Down passou por minha filha e deixou sua marca. Ela tem o direito de viver e de ser feliz”.

Estudante do 5º período do curso de educação física, a universitária Priscila Mesquita, 24, se expressa bem com as palavras, já que além do horário das aulas ela dedica cerca de seis horas estudando em casa. “Mesmo tendo síndrome de Down, eu tenho uma vida como a de qualquer outra pessoa. Eu amo estudar e meu maior sonho é terminar a faculdade e seguir a carreira que escolhi”, enfatiza. Atualmente, Priscila é professora de zumba numa academia na Região Metropolitana do Recife. “Zumba é um ritmo que mistura salsa e merengue. Além da dança, eu dou orientações para os alunos de equilíbrio, força e flexibilidade”, explica.

Quem vê o sorriso largo de Neomar Sobrinho, 44, não imagina que ele viveu tantas perdas em sua família. Foi na atuação que Neomar encontrou forças e descobriu um futuro instigante. “A síndrome não me impede de ser feliz. Quero ser ator profissional de teatro e casar quando tiver um trabalho fixo para manter minha família.”

Fonte: www.diariodepernambuco.com.br

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