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Decidi superar’, diz adolescente albino e deficiente visual da Paraíba

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Davi Dias é albino e tem deficiência visual. Jovem pratica judô, futebol de cinco e goalball (Foto: Gustavo Xavier / G1)

Ele tinha vários motivos para ser introspectivo. Diz que sofre preconceito desde que começou a frequentar lugares públicos, mas preferiu tomar outra decisão. Davi Dias tem 17 anos, é albino e, por causa da anomalia, tem deficiência visual. Atualmente, o jovem está no ensino médio regular e pratica três esportes com os colegas do Instituto dos Cegos de Campina Grande.

O adolescente mora no bairro do Santa Rosa com a mãe e mais três irmãos, mas apenas ele é albino. “Cresci ouvindo piadas, tanto sobre o albinismo ou pela deficiência visual”, diz. Davi começou a frequentar o instituto quando tinha 10 anos. Ele tem 10% da visão do olho direito e 20% no esquerdo.

“Foi no Instituto dos Cegos que eu passei a enfrentar melhor essas coisas. Aqui se faz um trabalho muito bom que incentiva os deficientes a fazerem atividades como qualquer pessoa. Foi assim que eu decidi superar e viver minha vida. Às vezes eu ainda fico triste com algumas coisas, mas sempre passa”, conta.

Davi começou a estudar na entidade, onde aprendeu o braile. Quando chegou ao 6º ano, ele foi encaminhado para o ensino regular na Escola Estadual Senador Argemiro de Figueiredo, conhecido como Polivalente. “No colégio eu passei por muito preconceito, sofri bullying, além de ser xingado muitas vezes”, lembra. O rapaz diz que, apesar das campanhas de conscientização, esses casos ainda acontecem.

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O adolescente pratica judô no Instituto dos Cegos de Campina Grande (Foto: Gustavo Xavier / G1)

O esporte foi uma válvula de escape para Davi. O adolescente pratica judô, futebol de cinco e goalball, modalidade criada exclusivamente para pessoas com deficiência visual, que consiste na marcação de gols do arremesso de bolas que contém guizos dentro.

O jovem foi vice-campeão no esporte nos últimos Jogos Brasileiros Escolares que ocorreram em Natal, no Rio Grande do Norte, este ano. A equipe paraibana foi formada por jogadores de Campina Grande e João Pessoa. “No futuro eu queria participar de paralimpíadas, representar não só a Paraíba, mas o Brasil. Não custa nada sonhar, não é?”, brinca.

Instituto dos Cegos de Campina Grande

A entidade campinense existe desde 1952, quando foi criada pelo professor José da Mata Bonfim. Segundo a atual presidente, Adenise Queiroz, além das aulas regulares e do braile, os alunos fazem aula de música, informática e atividades diárias. “Nossa proposta é que o nosso aluno ganhe autonomia. Faça atividades em casa, como arrumar a cama ou cozinhar”, explica.

O instituto sobrevive de doações. De acordo com a direção, várias pessoas se propõe a ajudar, inclusive se tornando sócios. A entidade ainda tem um setor de telemarketing e conta com convênios com a prefeitura de Campina Grande, que cede professores da rede municipal para dar aula no local.

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Instituto dos Cegos de Campina Grande existe desde 1953 (Foto: Gustavo Xavier / G1)

Fonte: g1.globo.com

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