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O melhor jogador do mundo entre os cegos é brasileiro

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O Brasil não consegue fazer o melhor jogador do mundo no futebol desde 2007, quando Kaká ganhou a Bola de Ouro – Neymar terá uma chance nesta segunda. Mas no futebol de cinco para cegos, o país tem um atleta que já ganhou o prêmio duas vezes e é o atual detentor da coroa. Ele atende pelo nome de Ricardo Steinmetz Alves, ou simplesmente Ricardinho.

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O gaúcho de 26 anos começou a praticar a modalidade quando tinha apenas dez e rapidamente se transformou em um fenômeno. Em 2006, com apenas 16 anos, foi eleito o melhor do mundo logo em sua primeira participação no Mundial, no qual o Brasil foi vice perdendo para a Argentina. A segunda premiação veio em 2014, quando o Brasil foi campeão mundial. Aquela derrota para os hermanos marcou o último torneio perdido pela seleção. Desde então, venceu tudo o que disputou, inclusive dois ouros em Paraolímpíada, Pequim-2008 e Londres-2012. Este ano, no Rio, tentará o terceiro.

“Até acho que deveríamos ter uma eleição anual (para melhor do mundo), mas ela só acontece a cada quatro anos, quando tem o Mundial. Então, atualmente sou o melhor e espero mantê-lo por muito tempo. E neste ano vamos atrás de mais uma medalha de ouro”, disse o jogador, que veste a camisa 10 do time nacional e já estrelou uma propaganda da Coca-Cola.

Quando criança e ainda vivia em Osório – sua cidade-natal, localizada no litoral do Rio Grande do Sul-, Ricardinho sonhava em ser jogador de futebol, mas o tradicional.

Porém, quando tinha oito anos foi acometido por uma doença chamada toxoplasmose congênita que levou ao deslocamento da retina e à cegueira total. Mudou-se para Porto Alegre para estudar numa escola para deficiente visuais e se arriscou no atletismo e na natação, sem sucesso. Então, começou a praticar o futebol de cinco e aquilo virou uma paixão.

“Meu sonho de ser um jogador de futebol renasceu e deu tudo muito certo. Em apenas seis anos saí do zero para o mais alto nível”, afirmou Ricardinho, que se diz fã de Messi e até acredita ter uma certa semelhança com o craque argentino. Habilidade com a bola no pé não lhe falta.

“Sou grande admirador do Messi por tudo que ele já fez e segue fazendo. Isso que também é um cara que joga muito e fala pouco. Não tem firula, não é marqueteiro. E este é o meu perfil. Me dizem também que ele tem a habilidade e a característica de conduzir a bola muito colada no pé. Isso é muito difíicil de fazer e se assemelha bastante ao que fazemos no futebol de cinco”, disse o atleta, que é torcedor do Internacional.

“Se me dessem a oportunidade de enxergar por um momento, ele seria o jogador que eu gostaria de ver, com certeza. Ele é o mais completo de todos”, completou o melhor do mundo.

Mas na eleição da Bola de Ouro da Fifa, Ricardinho espera que o argentino seja superado por Neymar e o Brasil volte a ter um vencedor.

“Acho que desta vez o Neymar tem um maior merecimento e espero que ganhe. Eu gosto do futebol do Neymar, ele é um gênio. Mas às vezes se excede um pouco”, analisou Ricardinho.

Habilidade não apenas com a bola nos pés

O futebol não é a única paixão de Ricardinho. Quando não está treinando ou jogando, se dedica à música. Toca piano e violão. Agora, junto com amigos da igreja, montou uma banda de rock e em breve gravarão a primeira canção.

“A gente sempre se junta para ensaiar e devemos gravar dentro de pouco tempo. Temos cerca de umas 20 músicas, todas composições minhas. Não gosto que nos rotulem como uma banda gospel, mas são canções que falam de Jesus, de ter paz”, afirmou o craque.

Fonte: olimpiadas.uol.com.br

 

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