Mães fazem campanha sobre como lidar com a síndrome de Down
Inspirada na própria história com a filha que tem síndrome de Down, a administradora de empresas Carolina Craveiro, junto com outras mães, idealizou a campanha “Eu não vejo diferença”. O objetivo, segundo ela, é compartilhar experiências e sentimentos relacionados à síndrome. A iniciativa ganhou a adesão de outros pais e até de artistas de destaque na música brasileira.
Fernanda, a filha de Carolina, tem três anos de idade e é motivo de orgulho para mãe, que revela que a gravidez foi planejada, mas que não imaginava que a criança nasceria Down. “Naquele momento foi um turbilhão de sentimentos, comprei todos os livros de relatos de pai e mãe e o que eu encontrei era um manual de tristezas, porque eram dados assustadores”, conta a mãe sobre a surpresa ao descobrir que a filha tinha a síndrome.
De acordo com Carolina, a ideia da campanha não é ressaltar a síndrome de Down, mas sim contar histórias, com foco nas pessoas e não na síndrome.
“O intuito da campanha é mostrar esse olhar de naturalidade, de leveza em relação à síndrome de Down. É aceitar o seu filho mesmo que seja difícil, porque não é fácil, mas é aceitar, amar e acreditar na criança”, afirma Carolina.
Carolina conta que entregou um dos livros para o marido ler. “Ele falou assim, Carol, eu não vou ler, porque a Fernanda não está nos livros”, afirmou.
A partir daí, Carolina conta que todo o pensamento em relação à filha mudou. Ela conheceu a odontopediatra Graziele Cattini e o marido dela, João Neto. Eles são pais da Beatriz, de dois anos, que também tem síndrome de Down. Carolina, Graziele e outras mães fundaram um grupo chamado de “Comunidownde” e começaram a compreender que a síndrome de Down não é uma doença, que as crianças tem limitações, mas são como as outras.
Segundo Graziele Cattini, a filha Beatriz chegou a ficar 21 dias internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) por conta de um problema no coração quando nasceu. Hoje ela conta que a filha superou os problemas já reconhece até algumas letras do alfabeto.
“Ela já sabe as letras, esses dias a gente tava na rua ela viu uma placa com M e falou mamãe”, contou Graziele.
As mãe consideram que a amizade de Beatriz e Fernanda podem servir como exemplo de que a síndrome de Down não define a personalidade da criança. Enquanto Beatriz é tranquila, mais sossegada, Fernanda gosta de correr, pular e jogar as coisas pra cima.
Para reforçar a importância da campanha, artistas como Bruno e Marrone e Ivete Sangalo, além de vários outros famosos gravaram vídeos de apoio à iniciativa.
Fonte: G1