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Casal tem intérpretes em casamento e surpreende convidados surdos

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Um casal de deficientes auditivos deu uma lição de inclusão no dia do próprio casamento em Jaú (SP). Além do padre, os noivos Amanda Amadeu de Souza de 21 anos e Rafael Romin da Silva de 27 anos, contaram com a presença de intérpretes da linguagem de sinais. A intenção foi para que todos – absolutamente todos – os convidados pudessem acompanhar a cerimônia.

Além dos noivos, sete casais de padrinhos são surdos e três interpretes ajudaram na cerimônia para que a comunicação fosse perfeita entre todos. O casal nasceu com uma deficiência auditiva e se conheceu há pouco mais de oito anos em uma festa para surdos na cidade.

Amanda fez implante coclear aos 3 anos e Rafael, que é filho de surdos, usa aparelho auditivo. Os dois aprenderam a falar e apesar da dificuldade conseguem se comunicar muito bem. “A nossa dificuldade é aprender falar português e escrever, porque a língua de sinais é diferente e também não ouço a conversa para escrever certo”, explica Amanda. O casal domina a linguagem de sinais e Amanda ainda ensina libras para pessoas sem deficiência auditiva na Associação de Surdos de Jaú (ASJA).

Intérpretes

Eles decidiram se casar e segundo a noiva, não houve empecilhos. Eles tiveram três intérpretes durante a cerimônia, um para os padrinhos, um para convidados e outro para os noivos. “Precisei que os intérpretes ficassem em alguns lugares para os surdos verem, para eles entenderem o que o padre fala. Ainda bem que o padre aceitou trocar palavras difíceis por sinais”, conta Amanda.

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O casal ainda quebrou outras barreiras e decidiu falar os seus votos. “Foi do meu jeito, com os sinais para os surdos entenderem.” Para Miriam Suzi Amadeu Souza , a mãe da noiva, a realização desse sonho foi trabalhosa, mas serviu para mostrar que nada é impossível.

“Muitos se juntam porque acham muita dificuldade. É trabalhoso, mas dá para fazer. Tem coisa que ela não consegue se fazer entender e a gente ajuda. É uma batalha. Com um filho especial a gente sonha um monte de coisa e realizar algumas delas é uma emoção é muito grande”, comemora Miriam.

Através da irmã, Tatiane Romin, Rafael contou estava muito nervoso, mas que tinha certeza que será muito feliz com a esposa. “Ele ama muito ela. Sabe que vai ter que ter muita responsabilidade, fidelidade, amá-la, cuidar dela, trabalhar e futuramente filhos”, afirma Tatiana.

Exemplo

O padre Celso Luiz Buscariolo da igreja Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio, que realizou o casamento, diz que a celebração é a mesma e que o que muda é apenas a presença dos interpretes.

Ele também afirma que será um exemplo para outros deficientes que não se casam por receio das dificuldades. “Procurar ser bem natural e evitar constrangimentos. Muitos ficam tímidos com casamentos assim e vendo que alguém já quebrou essa barreira, facilita que outros criem coragem. Eles dão exemplo para os outros de superação e nos ensinam a tratá-los igualmente. Há dificuldade, mas atualmente há mais facilidades pelo envolvimento da comunidade”, comenta.

* Com informações da TV TEM.

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Fonte: G1

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