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Deficientes visuais na BA enfrentam obstáculos em pistas táteis: ‘risco’

Presidente da Associação Baiana de Cegos aponta problemas na capital.
Ocupação de espaço por ambulantes e falta de manutenção são queixas.

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Pistas táteis irregulares, ocupadas por ambulantes, sem manutenção e até com tronco de árvore no meio. Esses são alguns dos problemas enfrentados por pessoas com deficiência visual que circulam por Salvador. Caminhando por ruas da capital baiana, o presidente da Associação Baiana de Cegos, Everaldo Neves, aponta irregularidades em diversas localidades.

Na região de um grande shopping de Salvador, na Avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM), Everaldo destaca que os deficientes visuais lidam com uma pista tátil com desenhos poucos perceptíveis. Nos equipamentos, os traços significam que a pista é contínua e livre de obstáculos. Já as bolinhas servem de alerta quando tem algum obstáculo na pista ou uma curva. “Este alerta tinha que estar mais acentuado para a gente perceber que o final da pista tátil chegou”, diz.

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Pista tátil na Av. ACM tem tronco de árvore como
obstáculo para deficientes visuais
(Foto: Reprodução/TV Bahia)

Entre os obstáculos na Avenida ACM está o tronco de uma árvore situado no meio de uma pista tátil da Rua Senador Theotônio Vilela. O flagrante foi registrado por um telespectador da TV Bahia.

No centro da cidade, mais precisamente na rua Coqueiro da Piedade, Everaldo ressalta que a pista tátil é perfeita, tanto no que diz respeito à largura, quanto ao desenho.

Entretanto, ele destaca que o equipamento não está sinalizado para as pessoas que não têm deficiência visual – que acabam ocupando a pista -, e também diz que a pista chega ao fim sem que haja alertas. “Ela não tem nenhum alerta no final, não tem nada. A gente conhece essa descida, a gente já sabe se nortear. Mas, para uma pessoa deficiente que não conhece, fica realmente perdido”, disse.

Outro obstáculo enfrentado pelos deficientes visuais todos os dias é a falta de manutenção das pistas. Na rua do Salete, os blocos estão soltos, em alguns trechos já foram até arrancados. “Risco de cair é muito grande”, aponta Everaldo Neves. Uma das maiores reclamações das pessoas com deficiência visual no centro da cidade, entretanto, é a ocupação das pistas táteis por ambulantes. “Eles tomam a pista tátil toda”, diz Everaldo.

De acordo com a subcoordenadora de fiscalização urbanística da Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom), Ana Kelle Santana, o centro de salvador está passando por um trabalho de requalificação por meio do programa “Avenida Sete Território Empreendedor”. “E tão logo a gente vai iniciar a notificação dos proprietários dos imóveis do centro da cidade, para que eles possam também fazer a adequação [das pistas táteis]”, alerta.

Ana Kelle destaca que, em um período de um ano e meio, mais de 4 mil imóveis foram notificados e cerca de dois mil já fizeram os devidos ajustes nos passeios, no que diz respeito às pistas táteis.

 

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