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Garoto com paralisia aposenta a cadeira de rodas e ganha bicicleta

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Raphael conseguiu ficar de pé pela primeira vez após ter aulas de surfe.
Garoto de 13 anos ganhou bicicleta adaptada e continua sua evolução.

O menino Raphael dos Santos, diagnosticado com paralisia cerebral e que conseguiu deixar a cadeira de rodas após começar a praticar aulas de surfe, passou a ter um novo meio de transporte. Ele ganhou uma bicicleta adaptada totalmente personalizada para as necessidades dele. Com a bicicleta, ele passeia pelo bairro, vai à escola e ao mercado. O movimento que Raphael faz com as pernas ajuda o desenvolvimento e também dá a oportunidade dele sentir a alegria de ser criança e de ter um pouco de independência.

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Durante uma das aulas da escola pública de surfe em Santos, no litoral de São Paulo, coordenada peplo surfista Cisco Araña, um empresário conheceu Raphael e quis ajudar dando um presente de Natal. Raphael disse que queria ganhar uma bicicleta e o empresário, que prefere não ser identificado, foi em busca do sonho do menino. “Ele levou a gente para São Paulo e foi buscar a bicicleta. A gente foi tirar as medidas na fábrica. O Raphael queria uma azul ou branca e só tinha uma preta. Ele tirou a adaptação pela preta para montar da cor que o Raphael escolheu”, conta Fabiana dos Santos, mãe do menino.

No fim de dezembro, Raphael recebeu o presente tão desejado. “Quando chegou a bicicleta, ele já foi para a rua. Não queria jantar. Eu entrei em casa quase 2h, com ele andando para cima e para baixo. Quando foi no outro dia, ele estava de novo na bicicleta”, conta a mãe do menino.

A bicicleta passou a fazer parte da rotina de Raphael, que logo aprendeu a andar com o veículo por toda a Vila Margarida, em São Vicente. Fabiana, vendo a desenvoltura do filho, não pensou duas vezes em trocar a cadeira de rodas, que o menino ainda usava algumas vezes, pela nova bicicleta. “Agora a gente deixa a cadeira de ‘castigo’ e, quando tem que ir pegar um ônibus, vamos andando. Quando for algo aqui perto, no mercado, no açougue, a gente vai de bicicleta. Eu quase nem uso a cadeira dele. Tudo é a bicicleta”, diz ela.

Segundo Fabiana, a fisioterapeuta de Raphael aprovou a ideia, já que essa é uma forma do menino fazer exercícios durante todo o dia. “Ele fica exercitando as pernas na bicicleta. Paralisia cerebral, se ficar parado, atrofia. Foi o melhor presente que ele já ganhou”, afirma a mãe.

Raphael também vai e volta para a escola municipal Prefeito Luiz Beneditino Ferreira, todos os dias, de bicicleta. Lá, o menino tem atenção de todas as partes. Na classe dele, além da professora, há uma auxiliar que o ajuda em todas as tarefas. Raphael é incluído, de acordo com as habilidades dele, nas aulas de educação física e também de informática. Na hora do recreio, as outras crianças ajudam o colega. Muitos dizem que ele é o xodó da sala. “O Raphael tem o tempo dele, passo a passo. A mãe sempre buscou melhorar a parte psicomotora dele. Ele acompanha da maneira dele”, comenta a diretora da escola, Deise Datoguia de Paula.

Assim como ela, outras pessoas acompanharam toda a evolução do menino dentro e fora da escola. “Eu cheguei a pegar ele na cadeira, com a parte motora com bastante dificuldade. Hoje, ver o progresso que ele teve é muito gratificante para todos nós. O surfe ajuda muito nessa parte da fisioterapia. Agora, a bicicleta só veio para fechar ainda mais esse progresso. Ele não levantava da cadeira de rodas. Hoje ele anda por tudo”, fala a diretora.

História de Raphael

Raphael foi diagnosticado com paralisia cerebral com poucos anos de vida. A mãe do menino passou a levá-lo à Casa da Esperança para receber tratamento específico. O garoto foi crescendo, mas não conseguia andar nem falar, só engatinhava e ficava sentado. Aos 9 anos, Raphael passou por uma cirurgia nas pernas e ficou em uma cadeira de rodas.

Mesmo com medo, a mãe resolveu levar o menino para a Escola Radical, em Santos, a primeira pública de surfe no país, coordenada por Cisco Araña. No primeiro dia de aula, Raphael não saía da cadeira de rodas. A intenção era fazer com que o garoto soltasse mais as pernas e também sentisse a liberdade de uma vida em meio à natureza. Depois de uma semana de surfe, as pernas de Raphael começaram a dobrar novamente e ele voltou a engatinhar. Após 8 meses de aulas, a mãe conta que ele estava em pé e deu oito passos. Todos os profissionais afirmavam que ele nunca iria andar. Agora, Raphael largou a cadeira de rodas.

Para a mãe do garoto, o esporte foi responsável pela melhora dele. Já o surfista Cisco Araña acredita que a evolução do aluno foi resultado de um trabalho feito com amor. Ele conta que Raphael progrediu muito, tanto no aspecto físico quanto mental. E acredita que o esporte, principalmente o surfe, realmente pode mudar vidas.

Fonte: G1

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