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Mãe empurra cadeira de rodas por 300 metros para levar filha à escola

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Para garantir que a filha Vitória Lima, de 12 anos, portadora de hidrocefalia crônica, frequente a escola e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Maria do Socorro Isídio, de 47 anos, precisa unir força, equilíbrio e paciência. Morando em um local sem qualquer condição de trafegabilidade, em Cruzeiro do Sul (AC), Maria encara o desafio de empurrar a cadeira de rodas da filha por cerca de 300 metros até chegar a via pavimentada onde passa o transporte escolar.
A parte mais difícil, segundo ela, é vencer uma ladeira esburacada. Certa vez, recorda ela, um vacilo fez com que a cadeira caísse sobre a filha em uma vala.

“Às vezes conto com a ajuda do meu filho, mas quando ele está trabalhando tenho que enfrentar sozinha. Minha filha deve sentir dores com os balanços dentro desses buracos, mas esse é o único jeito. Uma vez eu não consegui evitar e a cadeira caiu por cima dela dentro de uma vala. No momento, eu não tinha por quem chamar e tive que me virar sozinha”, relata Maria do Socorro.

Vitória, que segundo a mãe, possui apenas uma parte do cérebro e por isso não se movimenta, já foi submetida a quatro cirurgias e tem uma válvula implantada para drenar o excesso de líquido na cavidade craniana. Dois dias por semana, a garota é atendida na Apae de Cruzeiro do Sul, localizada a cerca de seis quilômetros de distância. Duas vezes por semana também é levada à escola Plácido de Castro, no Bairro Boca da Alemanha, onde mora.

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A coordenadora da Apae na cidade, Uvilene Costa, ressalta que Vitória não pode ficar sem o tratamento que recebe na entidade, principalmente no que diz respeito a parte clínica. “Ela é atendida com fonoaudióloga, psicóloga e fisioterapeuta. Embora a Vitória não tenha grandes perspectivas de evolução, ela precisa dos atendimentos para ter uma boa qualidade de vida. Eu conheço onde ela mora, é um local muito difícil. Vários de nossos alunos vivem situação parecida e mesmo a gente oferecendo transporte temos esta dificuldade”, avalia.

A mãe da garota que trabalhava como empregada doméstica, mas deixou a profissão desde que Vitória nasceu, explica que já expôs pessoalmente a situação da falta de acesso para o governador do estado, Tião Viana e para o prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales.

“Os dois viram a situação da Vitória, o prefeito ainda mandou fazer um trabalho que não durou muito, bastaram as primeiras chuvas. Falei com o governador em uma cerimônia de inauguração de ruas e ele também chamou os seus assessores e mandou que fosse feita a rua, mas até hoje tudo continua sem solução”, comenta.

O responsável pelo Programa Ruas do Povo, do Governo do Estado, em Cruzeiro do Sul, Gotran Neto, informou que vai verificar se a rua está inclusa nos projetos de vias a serem pavimentadas este ano.

Neto Vitalino, assessor de articulação política do prefeito, Vagner Sales, disse que a Prefeitura já realizou um trabalho paliativo no local e garantiu que vai tratar do assunto novamente com o prefeito para avaliar se existe a possibilidade de uma ação mais efetiva de melhorias da rua.

Fonte: G1

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