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Tratamento com cheiros, sons e texturas traz bons resultados contra autismo

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O estudo, apesar de pequeno, revelou diferenças significativas entre as terapias padrão e sensorial

Sentir o aroma de óleos essenciais, andar em superfícies texturizadas, mergulhar as mãos em água morna. Essas são apenas algumas das experiências terapêuticas que foram feitas com meninos com autismo durante um estudo feito pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

De acordo com os cientistas, crianças autistas têm problemas sensoriais, os mais comuns envolvem o cheiro e sensibilidade ao toque. Logo, ao enriquecer o ambiente, a experiência poderia ser benéfica. E realmente foi. Os resultados mostraram uma melhora acentuada em relação às terapias comportamentais tradicionais.

O estudo envolveu 28 meninos autistas, com idades entre 3 e 12 anos. Os pesquisadores dividiram as crianças em dois grupos com base na idade e na gravidade do problema. Durante seis meses, ambos os grupos fizeram a terapia comportamental padrão, mas os meninos de um dos grupos também foram submetidos a experiências terapêuticas.

Os pais dessas crianças receberam um kit que continha óleos essenciais, com aromas de maçã, lavanda, limão e baunilha, para estimular o sentido do olfato. Para fortalecer o tato, o kit continha quadrados de capacho de plástico, espuma suave, um tapete de pia de borracha, alumínio, lixa fina, feltros e esponjas, além de pedaços de carpete, piso duro, travesseiros, papelão e plástico bolha. A ideia foi criar um caminho cheio de texturas para os meninos caminharem. As crianças também receberam itens para manipular, como um cofrinho com moedas de plástico, frutas de plástico em miniatura e uma pequena vara de pesca com um gancho magnético. As crianças também mergulharam as mãos e os pés na água em diferentes temperaturas para estimular o toque da pele da criança.

Os pesquisadores orientaram que os pais das crianças realizassem duas sessões de 15 a 30 minutos por dia envolvendo diferentes combinações de estímulos sensoriais. As crianças também ouviram música clássica, uma vez por dia.

Após seis meses de tratamento, 42% das crianças do grupo da experiência terapêutica tiveram uma melhora significativa ao se relacionar com as pessoas e responder a sons e imagens, em comparação com apenas 7% do grupo de cuidados padrão. As crianças do grupo de enriquecimento também melhoraram a pontuação para a função cognitiva, que abrange aspectos de percepção e raciocínio, ao passo que a média das crianças no grupo de tratamento padrão diminuiu. Além disso, 69% dos pais no grupo de enriquecimento relataram melhora nos sintomas do autismo em geral de seus filhos, em comparação com 31% dos pais do grupo de cuidados padrão.

“Enriquecimento sensorial pode muito bem ser uma terapia eficaz para o tratamento do autismo”, disse, em nota, o co-autor da pesquisa Michael Leon, professor de neurobiologia e comportamento da Universidade da Califórnia.

Revista Crescer

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