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Time de basquete com cadeirantes treina em Manaus mirando competições nacionais

‘Tigres do Norte’ treina todas as terças e quintas no Parque dos Bilhares

Jogadores desenvolvem suas habilidades em dois treinos semanais
Foto: Arlesson Sicsú / Divulgação

Manaus – Único time de basquete em cadeira de rodas do Amazonas, O ‘Tigres do Norte’ treina para disputar campeonatos regionais e até nacionais em 2016. A equipe surgiu há cerca de dois anos, no projeto de habitação Viver Melhor, segundo o presidente da Associação de Basquete Sobre Rodas do Amazonas, Elvis Rios Ferreira.

Elvis Rios informou que a equipe é a única de basquete do Amazonas e a Associação pretende formar uma seleção do Estado para disputar campeonatos no país. “Só nós que nos mobilizamos lá no Viver Melhor para montar esse time completo que temos hoje. Temos três equipes formadas e esperamos conseguir mais pessoas para fazer parte do nosso grupo”, disse.

Segundo Elvis, o time treina duas vezes na semana, às terças e quintas, na quadra de basquete do Parque Dos Bilhares, na preparação para a Copa Norte, em junho, no Acre, e para o Campeonato Norte-Nordeste que vai ser disputado em Manaus, em julho.

Durante os treinamentos, o auxiliar-técnico dos Tigres do Norte, Helder Araújo Gomes, 33, comentou que a equipe faz exercícios de preparação desde musculação dos braços, arremessos, posicionamento e até um coletivo ao final de cada treino. De acordo com Helder, uma das partes principais nos treinos de preparação é o coletivo, já que é o momento em que as regras de jogo são postas em prática.

No basquete em cadeira de rodas os jogadores usam cadeiras diferentes das que são usadas no dia a dia, segundo Helder. Ele informou que os “Tigres do Norte” já treinam em cadeiras profissionais usadas para disputar o esporte. “O feitio delas é diferente. Cada jogador usa um tipo diferente, dependendo de sua posição. O armador tem uma cadeira mais funda, por ele ter menos mobilidade durante o jogo. A do pivô é mais alta, para o ajudar a arremessar, por exemplo”, explicou.

O auxiliar da equipe ressaltoum, ainda, que o esporte ajudou os cadeirantes a ocuparem a mente. Ele contou que antes do basquete, muitos dos integrantes do time só ficavam em casa e não faziam muitas coisas. “Esse esporte veio em uma hora muito boa pra essas pessoas. É um entretenimento e faz bem para a nossa saúde. Mostramos que não é só porque estamos em uma cadeira de rodas que as coisas não possam ser feitas de um jeito diferente”, finalizou.

Mulheres contam ponto

A equipe tem duas jogadoras no elenco. O auxiliar-técnico explicou que mulheres podem jogar normalmente no time, durante os campeonatos de basquete em cadeira de rodas. Ele informou que a pontuação mínima em um jogo de campeonato é de 13 pontos. Se um jogo estiver empatado ou com 12 pontos, a equipe que tiver uma mulher em quadra ganha um ponto.

A doméstica Maria de Fátima Costa, 21, é uma das jogadoras dos “Tigres do Norte”. Ela conheceu o esporte através de amigos e está na equipe há três meses. De acordo com ela, os companheiros de time não a tratam diferente por ser mulher. “Aqui nós jogamos de igual para igual. Somos uma equipe só. Não tem essa de ser mulher ou homem”, disse.

Quem se surpreendeu com a capacidade dos participantes foi o gerente do Parque dos Bilhares, Paulo Victor Duarte, 24, que nunca teve contato com o basquete em cadeiras de rodas. Ele contou que inicialmente tentou ajudar os cadeirantes mas ficou surpreso com a capacidade deles.

“Pensei: ‘vamos ajudar, eles precisam’, mas na verdade eles fazem tudo. São pessoas normais. Eles mesmo fazem a manutenção das cadeiras. Se trombam, caem no chão e logo se levantam e estão jogando de novo. Tinha uma visão de fragilidade, mas é totalmente o contrário”, comentou ele.

Fonte: new.d24am.com

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