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Aluna da UnB cria filme sobre surdez gravado todo em Libras

Estudante arrecadou R$ 6,2 mil em ‘vaquinha’ pela internet para projeto.
Curta-metragem tem 15 minutos e relata implante coclear malsucedido.

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Estudante Isabella Lima (esquerda) com equipe de filmagem (Foto: Isabella Lima/Arquivo Pessoal)

Mostrando os desafios diários enfrentados por um casal de surdos, a estudante de audiovisual da Universidade de Brasília (UnB) Isabella Lima trabalçha na produção de um curta-metragem todo gravado na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Em uma “vaquinha” digital, a aluna conseguiu arrecadar R$ 6,2 mil para o filme, que é o projeto de conclusão de curso dela.

Em 15 minutos, “Cóclea” conta o caso de uma garota que recebeu um implante coclear, um dispositivo eletrônico que simula o funcionamento interno de um ouvido. A adaptação ao aparelho não dá certo e a menina passa a ouvir coisas que não existem, a ponto de “ficar meio doida”, segundo a estudante.

Aos 22 anos, Isabella disse que só foi descobrir as dificuldades encaradas por deficientes auditivos à medida em que fazia as pesquisas para o filme. “Fui ter a ideia de falar sobre surdos quando fui fazer o roteiro. Vi que não tem quase nada sobre eles na mídia, então quis mostrar como eles vivem”, afirmou a estudante, que relatou ter iniciado aulas de libra na UnB neste semestre por curiosidade.

Para a aspirante a diretora e roteirista, a comunidade surda tem “outra cultura”, pouco compreendida pela maioria.“Eu não conhecia nenhum surdo antes. Mas agora quis fazer um filme todo em Libras. Em vez de ser acessível para eles, vai ter de ser acessível para a gente.”

Apesar de o curta ser totalmente idealizado por ela, Isabella já conta com a ajuda de 30 integrantes na equipe. A experiência prática difere do que ela aprendeu nas salas de aulas por ter de buscar ela mesma financiamento para tocar o projeto. Por mais que tenha arrecadado pela internet 12% a mais do que esperava, ela diz contar as moedas até para pagar o sanduíche do elenco no set de gravação.

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Isabella Lima (direita) dá instruções sobre como ocorrerão filmagens (Foto: Isabella Lima/Arquivo Pessoal)

“Acho que o dinheiro é o maior problema. Se eu fosse entrar pelo jeito tradicional, buscando financiamento público e patrocínio, ia ser ainda mais difícil”, contou. “Como é um filme de baixo orçamento, não estou pagando a equipe. Então eles têm a vida deles e não ficam só à disposição das filmagens, o que dificulta.”
Após o lançamento do filme e a entrega à banca universitária, Isabella Lima pretende inscrever o curta-metragem em uma série de festivais do Distrito Federal.

Fonte: G1

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