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Artista supera deficiência e tem obras expostas em Londres

artista-plastica-com-deficienciaMaria Aparecida Maura, ou, simplesmente, Maura Mam. O nome que ainda pode soar desconhecido para alguns, aos poucos vai conquistando o seu espaço, principalmente nas Artes. A má formação congênita, que atingiu a chamada “Geração Talidomida”, não impediu que Maura Mam realizasse o sonho de se tornar pintora. Muito além disso, não foi obstáculo para que a nova-andradinense tivesse suas obras expostas mundo afora.

Influenciada pela família, as pinceladas da artista começaram a ganhar forma e estilo a partir dos cursos ofertados gratuitamente pela Prefeitura de Nova Andradina, através do Departamento Municipal de Cultura. O principal reconhecimento da carreira, até agora, está na exposição de suas telas no XIX Circuito Internacional de Arte Brasileira, realizado em Londres.

Descendente de alemães e italianos, Maura Mam destacou o apoio do prefeito Roberto Hashioka para o envio de suas obras à Inglaterra. A pintora também enfatizou o papel da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte (Semec) e do Departamento Municipal de Cultura para que pudesse representar Nova Andradina e Mato Grosso do Sul no circuito.

As limitações decorrentes das más formações congênitas, que impediram a formação normal do braço esquerdo e da mão direita de Maura, são minimizadas por ela, que acredita apenas corresponder a um dom com naturalidade. “Creio que a pintura foi um dom que Deus me deu, então, o que eu faço é isso, é exercer o dom que Deus me deu. Essas dificuldades não me impedem de pintar. Não impedem que eu exerça o dom que Deus me deu”, disse.

Somada à Arte, está sua atuação em outro nicho do mercado de trabalho. Maura Mam compõe a equipe do Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador (CIAT) de Nova Andradina e, próxima da aposentadoria, já projeta alçar novos voos. Pretende prestar vestibular para cursar Artes Visuais e “aprimorar o dom que Deus lhe deu”.

Feliz por sua seleção no Circuito, a nova-andradinense fez questão de enaltecer as palavras do adido cultural Hayle Gadelha, da Embaixada do Brasil na Inglaterra. “Ele nos elogiou e agradeceu os esforços da Prefeitura para a promoção da mostra no XIX Circuito Internacional de Arte Brasileira”, contou. O evento foi organizado pela diretora do College Arte e promotora cultural Iolanda Gontijo.

“Mais de 130 trabalhos de artistas brasileiros estiveram expostos na prestigiosa Galeria Clerkenwell, em Londres. Eu tive a oportunidade de visitar a exposição, acompanhado pelo senhor embaixador do Brasil junto ao Reino Unido, Roberto Jaguaribe. Gostaria de registrar que muito nos impressionou o arrojo da iniciativa, importante contribuição à internacionalização de artistas nacionais”, frisou Gadelha em comunicado enviado aos colaboradores.

Geração Talidomida

A Talidomida esteve ao mercado pela primeira vez na Alemanha em 1957. Foi comercializada como um sedativo e hipnótico com poucos efeitos colaterais. A indústria farmacêutica que a desenvolveu acreditou que o medicamento era tão seguro que era propício para prescrever a mulheres grávidas, para combater enjôos matinais. Foi rapidamente prescrita e espalhada para 46 países.

Os procedimentos de testes de drogas naquela época eram muito menos rígidos e, por isso, os testes feitos na Talidomida não revelaram seus efeitos teratogênicos. Os testes em roedores, que metabolizavam a droga de forma diferente de humanos, não acusaram problemas. Mais tarde, foram feitos os mesmos testes em coelhos e primatas, que produziram os mesmos efeitos horríveis que a droga causa em fetos humanos.

No final dos anos 1950, foram descritos na Alemanha, Reino Unido e Austrália os primeiros casos de malformações congênitas onde crianças passaram a nascer com focomelia, mas não foi imediatamente óbvio o motivo para tal doença. Os bebês nascidos desta tragédia são chamados de “Bebês da Talidomida”, ou “Geração Talidomida”.

Em 1962, quando já havia mais de 10.000 casos de defeitos congênitos a ela associados em todo o mundo, a Talidomida foi removida da lista de remédios indicados. Por um longo tempo, a Talidomida foi associada a um dos mais horríveis acidentes médicos da história. Por outro lado, existem novos tratamentos com a talidomida regulados pelo Ministério da Saúde, como a hanseníase, ou no tratamento de mieloma múltiplo (tipo de câncer), doenças crônico-degenerativas e algumas doenças oportunistas que afetam portadores de HIV.

Fonte: correiodoestado.com.br

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