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Atleta com síndrome de Down de MT recebe faixa preta no jiu-jítsu

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Fabricio Galvão tem 30 anos, mora em Cuiabá e leva uma vida normal. É extrovertido, conversa, estuda e pratica esporte. E bem. Tanto que acabou de conquistar a faixa preta no jiu-jítsu, graduação máxima da modalidade para sua idade. Segundo a Federação de Jiu-Jítsu Esportivo do Estado de Mato Grosso (FJJEMT), Fabricio é o primeiro portador de síndrome de Down do mundo a conquistar tal mérito. Superando todas as expectativas, ele chegou onde nenhum outro atleta especial conseguiu.

– E aqui é por merecimento. Eu não ia graduá-lo se não fosse bom. Nunca vi nada parecido em mais de 50 anos de esporte. O Fabricio tem uma determinação muito grande e se dedica muito. Tanto que ele treina com pessoas normais. Fizemos consultas junto a Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu que nos informou que o Fabricio é o primeiro do mundo a conquistar a faixa-preta – disse o mestre Francisco Fernandes, conhecido como Chicão.

Fabrício pratica jiu-jítsu há 10 anos e começou sob a influência de Chicão, por meio de um projeto social na APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) coordenado por ele. Apesar dos benefícios que o esporte trouxe ao atleta, sua família foi contra no início.

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– Fiquei meio assim de deixar ele começar. Achava que era um esporte violento, mas hoje eu vejo o quanto o jiu-jítsu foi importante para o Fabricio. Ele já era bem sociável, mas agora ficou mais. Sua coordenação motora está melhor e ele gosta muito de ir treinar. Para nós é uma alegria vê-lo em meio aos outros lutadores – disse o pai, Antônio Rizzo.

Para chegar até aqui, Fabricio passou por algumas dificuldades relatadas pela mãe, Jacira Galvão. Ela afirma que ficou arrasada quando descobriu que Fabricio tinha síndrome de down, mas que jamais iria desistir do filho.

– Minha primeira reação foi de tristeza, ainda mais que o médico me falou um monte de besteira, de que ele não poderia andar, que não poderia fazer nada. Mas eu sempre acreditei que tinha um jeito. Procuramos apoio e desde que nasceu vimos que ele era ativo, aprontava. Isso foi nos acalmando e vimos que o Fabricio era mesmo especial, por sua forma de viver – relatou.

– Deus só coloca peso para quem pode carregar – completou o pai.

Atento à entrevista, Fabricio era só sorrisos sempre que ouvia seu nome. Quando teve a chance de falar, demonstrou toda sua simpatia.

– Fiquei mais forte, olha aqui ó (mostra o músculo do braço), estou mais sadio e agora quero chegar nas Olimpíadas. Gosto muito de treinar, lá eu encontro minha galera – disse Fabricio, que apesar do sonho não poderá disputar os Jogos Olímpicos, já que o jiu-jítsu não é um esporte olímpico.

Porém, Fabricio pode começar a sonhar com o Mundial. Segundo Francisco Fernandes Júnior, filho de Chicão, a Federação Mundial de Jiu-Jítsu deve lançar em breve o Mundial de parajiu-jítsu, para que os atletas especiais possam competir.
– Eu vou chegar lá, essa é minha meta – finalizou Fabricio.

Hoje, além de treinar três vezes por semana, o atleta especial também auxilia o mestre Chicão nas aulas, principalmente com os iniciantes. Esportista, Fabrício também tem outra paixão: o surfe.
– Agora em janeiro vou ao Rio de Janeiro novamente para praticar. Gosto muito de lutar, de derrubar o adversário, mas o surfe também me agrada.

Fonte: globoesporte.globo.com

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