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Invenção criada em Tatuí promete trazer mais mobilidade a cadeirante

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O quadriciclo elétrico inventado pelo italiano aposentado Giuseppe Wolf – ou ‘seo’ Giuseppe -, em Tatuí (SP), foi modificado para que um deficiente físico possa dirigi-lo. O veículo, que anda 60 quilômetros após cinco horas de recarga na tomada, foi testado pelo cadeirante Ralf Elande, de 58 anos. Surpreso após dar uma volta no quadriciclo, o deficiente físico disparou: “Quero ter um. É muito fácil, gostoso de dirigir. Aumentaria bastante minha independência.”

Ralf ficou em uma cadeira de rodas depois que caiu em 2008. Quando caiu, machucou a perna e em seguida bateu em uma aranha já morta. Ele diz que no início parecia apenas como um ferimento qualquer, mas depois de 12 dias o ferimento se abriu novamente e a visita ao médico se revelou assustadora. “No médico fiquei sabendo que a aranha morta em contato com o ferimento causado no tombo, fez com que eu contraísse a bactéria klebsiela. Desde então, o local do ferimento foi inchando cada vez mais e não teve outra solução senão amputar minha perna”, diz.

Ele passará por cirurgia para amputar a perna esquerda em junho, e deseja ter uma prótese depois da recuperação. “Sonho com a possibilidade de andar novamente, há anos estou em uma cadeira de rodas e sei o quanto é difícil. Por isso, imagino o quanto o quadriciclo elétrico poderia ajudar quem não pode andar mais. Com ele o cadeirante pode se sentir independente”, reflete.

Ralf vive no mesmo bairro onde o inventor mora e já participou de adequações do veículo para receber a cadeira de rodas. Ao acelerar pela primeira vez o quadriciclo, o sorriso no rosto do “cobaia” foi quase instantâneo. Ele imagina o quanto uma ideia como essa poderia ajudar pessoas que possuem dificuldades para se locomover. “Quando se está em uma cadeira de rodas, perde-se totalmente a independência. Estou há cinco anos em uma cadeira e, desde então, preciso de ajuda de todo mundo para tudo, até as coisas mais simples como ir ao supermercado, farmácia e padaria porque não consigo subir uma rua”, revela.

O veículo

Quatro partes de bicicletas interligadas formam a carroceria do veículo, que mede 1,30m de largura e 2,20m de comprimento. Na frente fica o motor, composto por oito baterias de motocicletas. Os freios, localizados no guidão, automaticamente desligam o motor e param as rodas. Há setas para indicar conversão à direita e esquerda, e o freio de mão é instalado na lateral do veículo. Para fazer descer e subir a plataforma que recebe a cadeira de rodas e aguenta até 150 quilos, o inventor criou um sistema usando um macaco hidráulico.

De acordo com ‘seo’ Giuseppe, o próximo passo agora é inventar uma maneira de dar ré. O veículo que chega a andar até 60 km por hora já foi patenteado pelo inventor. “Como o deficiente físico terá dificuldades para sair do veículo, e empurra-lo para trás, estou criando um jeito de dar ré, mas se utilizar outro motor, pois deixa o produto mais caro”, afirma.

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Quando Giuseppe sai pelas ruas dirigindo, atrai o olhar dos moradores. E a reação de surpresa das pessoas deve continuar, pois uma autorização foi concedida ao inventor permitindo a ele o direito de andar pela cidade. O documento foi entregue pelo diretor de departamento de trânsito da Secretaria de Segurança, Francisco Antonio de Souza Fernandes, na quarta-feira. “Consultamos o Denatran [ Departamento Nacional de Trânsito ] que nos orientou que esse caso estava sob nossa competência. Analisamos, e decidimos dar uma permissão de três meses para testes. Seo Giuseppe pode andar por toda cidade, mas o aconselhamos a não dirigir nos horários de pico de movimento no Centro, e andar até 30km por hora, por questões de segurança”, explica.

Por enquanto, o projeto que começou a ser concebido em 2013, está somente na garagem do inventor italiano. Mas, a ideia pode seguir adiante e ser uma realidade nas ruas, afinal, é barata, silenciosa e ecologicamente correta. “Calculo que R$ 0,60 é o valor gasto para carregar todas as baterias. Mas mesmo que eu esteja errado, que seja R$ 1, R$ 2, ainda assim o preço é baixo comparado à gasolina ou etanol. Se produzido em série, acredito que este tipo de veículo iria custar uns R$ 5 mil, um valor baixo.”

 

Fonte: G1

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