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Lei, Inclusão, Isenção e Vagas

Eles superam a deficiência e conquistam um lugar ao sol

A deficiência não foi obstáculo para Ana Carmem Dias que perdeu a visão e para Antônio Araujo da Costa que nasceu com uma síndrome rara e não tem parte das pernas e braços. Eles passaram em concursos públicos e são realizados

Sobram empregos em muitas áreas, mas faltam profissionais capacitados, e mais – histórias de vida mostram que, além da qualificação, falta força de vontade. Alguns desistem de estudar e até de persistir quando se deparam com obstáculos. No entanto, outros encaram os problemas e dificuldades como desafios e diante deles são ainda mais motivados a avançar. Esse é o caso de pessoas com deficiência que superam dificuldades, preconceitos, conquistam seu lugar ao sol no mercado de trabalho e têm muito a ensinar.

Eles não são doentes, nem menos capazes que qualquer outra pessoa e têm plena consciência disso. Muitos alcançaram seus ideais e hoje são felizes profissionalmente.

“Muito pior do que a deficiência física, é a deficiência emocional, a falta de coragem de lutar pelos objetivos. Se você tem tudo e não acredita no seu potencial, se não consegue avançar, mesmo tendo todas as ferramentas físicas, isso sim é limitação”, destaca Ana Carmem Dias, responsável pelo setor de Empregabilidade da Pessoa com Deficiência da Agência do Trabalhador em Maringá.

Há 17 anos, ela perdeu 100% da visão, devido ao agravamento de uma retinose pigmentar (doença hereditária que causa a degeneração da retina), mas mesmo assim enfrentou os desafios e não desistiu de seus sonhos. Hoje, além de ser funcionária pública, Ana Carmem é professora em três cursos de pós-graduação na cidade, também profere palestras motivacionais e presta consultorias para empresas.

Ela era professora de ensino fundamental quando perdeu a visão e teve que abandonar a sala de aula. “No começo foi bem complexo, pensei que tudo estava acabado. Senti uma impotência muito grande diante de tudo”, lembra Ana Carmem. Apesar da dificuldade, ela conta que se sentiu desafiada e buscou meios para continuar lutando.

Superação

Atualmente, ela anda sozinha com o auxílio de uma bengala, aprendeu a fazer leitura em braille e utiliza o computador com a ajuda de um leitor de voz. “Sou uma pessoa bem mais feliz, um ser humano muito melhor do que eu era. Outro dia encontrei uma pessoa que me disse que eu ainda vou ser curada e eu respondi que não preciso de cura porque não estou doente. A deficiência não é uma doença e sim um atributo para ser trabalhado”, destaca.

Ana Carmem relata que houve muitos avanços, mas ainda há discriminação e um olhar diferenciado às pessoas com deficiência, porém entende que isso é resultado da falta de conhecimento sobre o assunto. Para a palestrante, a conquista dos sonhos depende de cada um. “A limitação somos nós que impomos. Uma pessoa só enterra um sonho se não tiver ânimo e força de vontade”, conclui Ana Carmem Dias.

Casada e mãe de uma menina de oito anos, ela se orgulha de ter participado do processo de alfabetização e faz questão de acompanhar a educação da filha.
Ela também anda pela cidade e viaja sozinha. “Quando você deixa de enxergar com os olhos físicos, você enxerga com a mente, com a percepção e com o tato. Sinto a mesma segurança de uma pessoa que tem visão, sem problema nenhum. Depois que fiquei cega, adquiri uma visão de mundo muito mais ampliada, maior entendimento do ser humano e de suas capacidades”.

DETERMINAÇÃO

“A limitação somos nós que impomos. Uma pessoa só enterra um sonho, se não tiver ânimo e força de vontade”
Ana Carmem Dias
Professora e consultora

É LEI!

2% a 5% das vagas devem ser preenchidas por deficientes em empresas com mais de 100 funcionários, de acordo com a Lei 8.213 de julho de 1991.

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Ana Carmem aprendeu ler em braille, voltou a dar aulas e leva vida normal

“Tenho uma vida boa e sou feliz”

O auxiliar administrativo Antonio Araujo da Costa, mais conhecido como Toninho, tem uma síndrome denominada acrooral. Ele nasceu com as pernas somente até a altura do joelho e sem parte dos braços, mas a deficiência física não alterou em nada sua vida profissional.

“Desde pequeno trabalhei na roça com meus pais. Morava em um sítio na cidade de Tapejara. Vim para Paiçandu, onde moro atualmente, para estudar mais. Foi quando prestei um concurso para o governo do Estado e passei”, conta.

Toninho está de licença do cargo de auxiliar administrativo, pois assumiu uma cadeira no Poder Legislativo do município, mas trabalhou por 20 anos no Colégio Instituto de Educação de Maringá. Ele também concluiu o ensino médio e pretende ainda cursar uma faculdade.

“Consigo escrever porque tenho braços até o cotovelo e aprendi a segurar a caneta. Quando era criança, sentava na carteira, colocava o caderno nas pernas (que vão até a altura do joelho) e escrevia normalmente. São pouquíssimas coisas que não consigo fazer”, conta.

Ele também é casado, tem um casal de filhos e lembra que quando começou a namorar encontrou bastante resistência da própria família e dos familiares da namorada. “As pessoas não me aceitavam por causa da deficiência, mas nunca pensei em desistir. Essa palavra não existe no meu dicionário. Agradeço muito a Deus pela vida que tenho. Quem me conhece sabe que sou muito feliz”.

Toninho é palestrante e costuma dizer que “a vida é muito boa, mas na maioria das vezes quem estraga é a gente mesmo”. Para ele, as pessoas reclamam muito e não fazem nada para superar as dificuldades. “Eu superei vários e sou muito feliz. Acho que é preciso lutar e parar de ficar só reclamando”.

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Toninho: “São pouquíssimas coisas que não consigo fazer”.

Fonte: O Diario.com

One thought on “Eles superam a deficiência e conquistam um lugar ao sol

  1. Toninho, gostaria da sua participação na nossa SIPAT falando sobre superação, Qualidade de Vida, escolhas, mudanças… você é o que escolhe ser…. como faço para falar com você.

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