Implante sem fio ajuda pessoas com paralisia a moverem objetos com a mente
Pesquisadores da BrainGate e cientistas de universidades renomadas nos Estados Unidos como Stanford e Brown querem utilizar a conexão sem fio para ajudar pessoas com paralisia a se moverem novamente. O projeto desenvolveu um implante sem fio que pode ser integrado no corpo do paciente para enviar ordens e pensamentos para outros dispositivos. Na prática, ele torna possível ligar a tv, o computador e fazer uma cadeira de rodas se moverem pelo pensamento. “É essencial alcançar este objetivo porque os testes feitos até agora necessitam de um aparelho volumoso com um cabo. A tecnologia sem fio facilitaria a utilização do paciente em casa”, explica Donoghue.
Para que isso se torne possível, em primeiro lugar, é preciso interpretar os desejos do cérebro e os comandos de movimentos que são dados por ele para executar cada ação. A tarefa é muito complexa porque os padrões elétricos que os neurônios desenham ao fazer algo simples como tomar uma bebida variam a cada dia. “Não sabemos exatamente o que causa a mudança. Estar com fome, por exemplo, pode alterar o padrão. O que fazemos é deixar a máquina aprender a interpretar diferentes padrões com o mesmo fim”, explica John Donoghue, um dos líderes do projeto.
Como funciona?
Segundo o pesquisador, o processo é parecido com o da ativação dos pixels de uma TV: “Se você olhasse atentamente para uma TV, veria o flash de um dos pequenos quadrados que formam a imagem. Olhando de perto não faz sentido, mas vendo o quadro inteiro, faz. Nós fazemos exatamente isso: tomamos amostras parciais e, em seguida, reconstruímos o padrão. E surpreendentemente ele é bastante simples. Ele muda quando você deseja mover a mão para cima, para baixo ou para a esquerda”, conta Donoghue.
Depois disso, o impulso cerebral é traduzido na linguagem binária, que pode ser interpretada por um computador, e a ordem é enviada a um dispositivo externo, como um braço robótico ou um exoesqueleto.
Outras aplicações
De acordo com os cientistas, a interface de comunicação entre cérebro e computadores pode ajudar a superar outros tipos de deficiência, como a de pessoas com membros amputados, por exemplo. O líder do projeto aposta que a tecnologia pode chegar ao mercado antes do que se imagina: “Eu sou uma pessoa otimista e acho que em cinco anos, as pessoas com deficiência serão capazes de usar essa tecnologia em casa para e recuperar sua interação com o mundo”.
Fonte: olhardigital.uol.com.br