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Conheça os esportes das paralimpíadas

paraolimpiadasDuas destas são novidades: a canoagem e o triatlo, que fazem sua estreia nos Jogos Paralímpicos do ano que vem. Confira as modalidades paraolímpicas:

Atletismo

Lá se vão mais de cinco décadas que o atletismo integra o esporte paraolímpico. Homens e mulheres, com deficiências físicas ou sensoriais, podem competir nas categorias corridas, saltos, lançamentos e arremessos. São seguidas as regras da Federação Internacional de Atletismo, com adaptações sutis para uso de próteses, cadeiras de rodas ou do atleta-guia. Este profissional corre ao lado do atleta e é ligado ao atleta por uma cordinha. Ele tem a missão de indicar o caminho ao competidor, mas nunca poderá puxá-lo.

Medalhistas brasileiros:

Terezinha Guilhermina
– Atenas, 2004: 1 bronze
– Pequim, 2008: 1 ouro, 1 prata, 1 bronze
– Londres, 2012: 2 ouros

Alan Fonteles
– Pequim, 2008: 1 prata
– Londres, 2012: 1 ouro

Yohansson do Nascimento Ferreira
– Pequim, 2008: 1 prata, 1 bronze
– Londres, 2012: 1 ouro, 1 prata
Basquete em cadeira de rodas

Membros do exército americano, feridos durante a Segunda Guerra Mundial, deram origem a esse esporte nos anos 40. Por isso, esta modalidade esteve presente em todas as edições dos Jogos Paralímpicos. No Brasil, chegou bem cedo, em 1958. Homens e mulheres com algum tipo de deficiência motora podem praticá-la. As regras são definidas pela Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas e as cadeiras são adaptadas e padronizadas. As dimensões da quadra e a altura da cesta são idênticas ao basquete olímpico e a principal mudança na regra original é a possibilidade de dar dois movimentos na roda da cadeira antes de quicar, passar ou arremessar a bola.

Bocha

Estreante do programa paraolímpico em Nova Iorque-1984, a bocha pode ser disputada até por paralisados cerebrais severos que se utilizem de cadeiras de rodas. Não há grandes mudanças na regra original da modalidade e é permitido o uso das mãos e dos pés, além de instrumentos de auxílio para atletas com grande comprometimento dos membros superiores ou inferiores. A bocha pode ser disputada nas categorias individual, dupla ou equipe e, no Brasil, é regida pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes.

Medalhistas brasileiros:

Dirceu Pinto
– Pequim, 2008: 2 ouros
– Londres, 2012: 2 ouros

Eliseu dos Santos
– Pequim, 2008: 1 ouro, 1 bronze
– Londres, 2012: 1 ouro, 1 bronze

Maciel Santos
– Londres, 2012: 1 ouro

Canoagem

Estreante no programa olímpico, a canoagem velocidade adaptada pode ser disputada por atletas com qualquer tipo de deficiência físico-motora, em três classes funcionais: LTA, onde o atleta utiliza braços, tronco e pernas para auxiliar na remada; TA, na qual o atleta utiliza apenas o tronco e os braços; e A, em que o atleta só tem a possibilidade de utilizar o movimento dos braços. Assim como na disputa olímpica, o mais rápido de cada bateria vence. Os caiaques utilizados tem suas adaptações de acordo com as habilidades funcionais de seus tripulantes.

Ciclismo

No início dos anos 1980, apenas deficientes visuais tinham direito a competir no ciclismo. Mas já na Paralimpíada de Nova York, em 1984, paralisados cerebrais, amputados e deficientes visuais foram incluídos. Há disputas em equipe e individuais, sempre sob as regras da União Internacional de Ciclismo, que define mudanças sobre os tipos de segurança e classificações dos atletas. No Brasil, a Confederação Brasileira de Ciclismo regulamenta da modalidade. O ciclismo paralímpico divide-se entre ciclismo de pista, com provas de contrarrelógio, perseguição e velocidade, e ciclismo de estrada, com provas de contrarrelógio e resistência.

Esgrima

A esgrima é aberta apenas para atletas com deficiência locomotora e as regras são seguidas da Federação Internacional de Esgrima, mas o Comitê Executivo de Esgrima do Comitê Paralímpico Internacional é que faz a administração. As cadeiras de rodas são fixadas no solo e têm a movimentação proibida por regra, uma das poucas mudanças em relação ao programa olímpico da modalidade.

Medalhistas brasileiros:

Jovane Guissone
– Londres, 2012: 1 ouro

Futebol de cinco

Exclusivo para deficientes visuais, o futebol de cinco teria sido praticado por cegos pela primeira vez no Brasil na década de 50, mas foi a partir dos anos 80 que a modalidade se organizou, de fato. As partidas são realizadas em uma quadra de futsal adaptada e a bola tem guizos internos para que possa ser identificada. A torcida deve ficar em silêncio e apenas comemorar gol. Há também um guia, que fica atrás do gol e pode orientar os jogadores. Goleiros têm visão total e não podem ter atuado em competições da Fifa nos últimos cinco anos. São quatro jogadores na linha e um na meta.

Futebol de sete

O futebol de sete surgiu no fim dos anos 70 e rapidamente se popularizou. É praticado por homens com paralisia cerebral, decorrente de sequelas de traumatismo crânio-encefácilo ou AVCs. As regras da Fifa sofrem adaptações básicas e o campo tem até 75m x 55m, além de traves menores. Seis jogadores na linha e um no gol. Cada partida tem dois tempos de 30 minutos.
Goalball

Criado de modo informal no fim dos anos 40, o esporte foi incorporado ao programa paraolímpico em 1980 – quatro anos depois, mulheres também puderam competir na modalidade. O goalball tem a peculiaridade de apenas aceitar atletas paraolímpicos e com deficiência visual. A quadra tem dimensões idênticas à de vôlei e é jogada por trios com bolas que têm guizos internos – logo, se exige silêncio da torcida. Partidas têm dois tempos com 10 minutos. A Confederação Brasileira de Desporto para Deficientes Visuais cuida do esporte.

Halterofilismo

Disputado por paralímpicos desde Tóquio-1964, o esporte reuniu homens e mulheres pela primeira vez em Sidney-2000, a segunda Paralimpíada com halterofilistas. Atletas com deficiências físicas nos membros inferiores ou com paralisia cerebral podem competir, sempre deitados no chamado aparelho supino. A exemplo do modelo olímpico, os participantes são separados por pesos.

Medalhistas brasileiros:

Márcia Menezes
– Dubai, 2012 (mundial): 1 bronze (até 79 kg)

Hipismo

Apenas o adestramento compõe o programa paraolímpico no hipismo, incorporado de maneira definitiva em Sidney-2000. Atletas com vários tipos de deficiência têm direito a participar em provas mistas, com disputa entre homens e mulheres. Na modalidade, não só amazonas e cavaleiros recebem medalhas, mas também os cavalos.

Medalhistas brasileiros:

Marcos Alves (Joca)
– Pequim, 2008: 2 bronzes

Judô

Primeira modalidade de origem asiática a fazer parte do programa paraolímpico, o judô compõe os Jogos desde 1988. Até então, só participavam homens com deficiência visual. As mulheres passaram a ser aceitas apenas em Atenas-2004. São três categorias praticadas, isso de acordo com a possibilidade visual de cada um. A Federação Internacional de Esportes para Cegos é quem administra a modalidade no País.

Medalhistas brasileiros:

Antônio Tenório
– Atlanta, 1996: 1 ouro
– Sydney, 2000: 1 ouro
– Atenas, 2004: 1 ouro
– Pequim, 2008: 1 ouro
– Londres, 2012: 1 bronze

Daniele Bernardes
– Atenas, 2004: 1 bronze
– Pequim, 2008: 1 bronze
– Londres, 2012: 1 bronze

Natação

Desde a primeira Paralímpiada, em Roma-1960, a natação compõe o programa e pode ser disputada por homens e mulheres. Atletas com quase todo tipo de deficiência, como visual e física, competem em piscinas de tamanho idêntico aos dos atletas olímpicos. As regras são dispostas pelo IPC Swimming, órgão responsável pela modalidade no Comitê Paralímpico Internacional. Adaptações sutis são feitas nas largadas, viradas e chegadas.

Medalhistas brasileiros:

Adriano Lima
– Atlanta, 1996: 1 bronze
– Sydney, 2000: 3 pratas, 1 bronze
– Atenas, 2004: 2 ouros
– Pequim, 2008: 1 bronze

André Brasil
– Pequim, 2008: 4 ouros, 1 prata
– Londres, 2012: 3 ouros, 2 pratas

Daniel Dias
– Pequim, 2008: 4 ouros, 4 pratas, 1 bronze
– Londres, 2012: 6 ouros

Edênia Garcia
– Atenas, 2004: 1 prata
– Pequim, 2008: 1 bronze
– Londres, 2012: 1 prata

Phelipe Rodrigues
– Pequim, 2008: 2 pratas
– Londres, 2012: 1 prata

Remo

Pequim-2008 marcou a entrada do remo para o programa paralímpico. O equipamento possui alterações sutis para que possa ser praticado, mas não às características de cada competidor. Atletas com os mais diferentes tipos de deficiências podem competir, sendo que a separação de classes definida de acordo com o grau de limitação.

Medalhistas brasileiros:

Josiane Lima
– Pequim, 2008: 1 bronze (dupla mista com Elton Santana)

Rugby em cadeira de rodas

Com equipes de quatro jogadores e oito reservas, dada a quantidade de contato físico entre os participantes, o rugby em cadeira de rodas é praticado em quadras de basquete com 28m x 15m. Apesar de adotar regras bastante específicas para os paraolímpicos, mantém a essência do esporte praticado de maneira convencional. A Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas controla a modalidade, integrada ao calendário paraolímpico por completo em Sidney-2000.

Tênis de mesa

Uma das modalidades mais tradicionais dos Jogos Paralímpicos, o tênis de mesa é jogado por homens, mulheres e duplas com paralisia cerebral, amputados ou cadeirantes – as competições são divididas entre atletas andantes ou cadeirantes. A Federação Internacional de Tênis de Mesa cuida do esporte, cujas regras têm mudanças muito sutis aos parâmetros olímpicos. A raquete pode ser amarrada na mão do atleta para facilitar.

Medalhistas brasileiros:

Luiz Algacir da Silva e Welder Knaf
– Pequim, 2008: 1 prata
Tênis em cadeira de rodas

Criado em 1976, o esporte chegou ao programa paraolímpico em Seul-1988. Em Barcelona-92, passou efetivamente a valer medalhas e a reunir homens, mulheres ou duplas. Pessoas com deficiências na locomoção têm direito a participar.

Tiro com arco

Com regras praticamente idênticas às da Federação Internacional de Tiro com Arco, a modalidade paralímpica tem seu próprio comitê administrador no Comitê Paralímpico Internacional. É permitida a participação a tetraplégicos, paraplégicos e pessoas com limitações de movimento nos membros inferiores. Estes podem escolher entre competir em pé ou sentados em bancos.

Tiro

Só homens puderam competir pela primeira vez no tiro adotado nos Jogos Paralímpicos de Toronto, no Canadá, em 1976. O Comitê de Tiro Esportivo do Comitê Paralímpico Internacional rege a modalidade, cujas disputas são masculinas e femininas. Pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas e com outras deficiências motoras podem competir e há mudanças específicas em relação à regra do esporte olímpico.

Triatlo

O triatlo também faz sua estreia nos Jogos Paralímpicos de 2016. São 750m de nado, 20km de ciclismo e 5km de corrida, sendo que o tempo gasto na transição entre nado, ciclismo e corrida também é computado no tempo total de prova. Vence o atleta que realizá-la no menor tempo.
Participam do esporte pessoas com diversos tipos de deficiência, desde cadeirantes, amputados até atletas com deficiência visual. As cinco classes do Paratriatlo são definidas pela União Internacional de Triathlon, através de um sistema de pontuação específico, e reconhecidas pela sigla PT.

Vela

Um dos mais recentes esportes incorporados ao calendário paraolímpico, a vela provém de parceria entre a Classe de Vela Day Sailer, o Clube Paradesportivo Superação e o Clube Municipal de Iatismo em São Paulo, a partir de 1999. Em 2003, o Comitê Paralímpico Brasileiro reconheceu a adoção. Pessoas com deficiências locomotora ou visual podem competir, sempre em barcos adaptados à realidade dos paraolímpicos. Há competições nas categorias individual, em duplas ou trios.
Voleibol sentado

Nos Jogos Paralímpicos de 1980, na Holanda, o voleibol sentado passou a efetivamente valer medalha, realidade hoje que também inclui mulheres. Com os princípios básicos do esporte olímpico, sofre mudanças em relação ao tamanho da quadra e à altura da rede. Podem participar atletas amputados e com outros tipos de deficiência motora. A Organização Mundial de Voleibol para Deficientes é responsável por administrar o esporte.

Fontes: Agência Brasil, CBN Foz

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