Número de trabalhadores deficientes em MS recua 36%
Carlos Alberto Fereira, 33 anos, contraria as estatísticas: é deficiente e está no mesmo emprego há 13 anos. Durante parte desse tempo em que Carlos se mantém empregado, Mato Grosso do Sul retraiu a quantidade de admissões de trabalhadores com deficiência. Pelos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o número de deficientes empregados recuou 36,6% em seis anos, de 4.960 em 2007 para 3.146 em 2013. E isso ocorre mesmo com a existência da Lei 8.213/91, que prevê a obrigatoriedade de reserva de vagas pelas empresas a trabalhadores deficientes.
“Fiz meu quarto, ajudo minha mãe, compro roupa, perfume”, conta Carlos em menção ao uso de seu salário. Mas ele não considera apenas o aspecto financeiro. Também se sente, conforme disse, satisfeito com sua atividade – Carlos, que tem deficiência intelectual leve, trabalha como auxiliar de caixa em uma das lojas da rede Comper. “É bom, eu gosto de trabalhar”, disse, sorrindo.
O prazer pelo trabalho resulta em um profissionalismo atestado pelos colegas e pela chefia. “O Carlos faz o serviço dele com excelência”, avalia a encarregada de frente de caixas, Sirlene da Silva Ferreira. “Muitos empresários ficam receosos e não contratam pessoas com deficiência”, observa, acrescentando, a partir da própria experiência, que ser deficiente não é sinônimo de ser incapaz. “Não é porque a pessoa tem deficiência que cobro menos dela. Eu busco tratar todos da equipe da mesma maneira. Para mim, todos são profissionais”, afirma.
Fonte: correiodoestado.com.br