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Paratleta cadeirante faz BO após não conseguir acessar banco

Resolver uma pendência bancária acabou em transtorno na manhã desta segunda-feira (22) para a estudante do 3º ano de Direito e campeã paraolímpica de bocha Natali Mello de Faria. Ao chegar por volta das 11h30 à agência do Bradesco, localizada na Praça Mauá, no Centro de Santos, ela não conseguiu entrar no estabelecimento. A porta, que permite o acesso de cadeirantes ao banco, estava trancada.

Moradora do bairro Estuário, em Santos, a paratleta de 24 anos conta que, há mais de 2 anos, é correntista do banco e esta é a quarta vez que registra problemas no estabelecimento da Rua Cidade de Toledo. “Por mim, eu não voltava mais aqui, mas há certas coisas que o banco só resolve pessoalmente. Nunca consegui entrar”, afirma.

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A correntista do Banco Bradesco não conseguiu entrar na agência. Porta de acesso a deficiente estava trancada
Segundo ela, todas as vezes que precisa ir à agência, onde possui uma conta-salário, o atendimento ocorre do lado de fora, onde estão instalados os caixas eletrônicos. “A chave que me deixaria ter acesso ao banco com a cadeira de rodas, no espaço onde ficam os caixas e a gerência, não existe. Sempre que eu chego, procuram, mas não acham. Aí me atendem do lado de fora. É um constrangimento muito grande”, afirma.

Natali conta ainda que, além do constrangimento, há falta de privacidade. “Eles pegam o meu documento e levam lá para dentro. Se eu quiser tratar sobre algum assunto específico com a gerência, não tenho privacidade nenhuma. Todos ficam olhando eu passar por essa situação”, diz.

A jovem reforça que não reclama da falta de atendimento e, sim, do vexame que passa todas as vezes que precisa ir à agência. “Eu não deixo de ser atendida, mas não é certo que esse atendimento ocorra de forma diferente, fora da agência, só porque sou cadeirante. Ainda mais que essa não é a primeira vez que tive esse problema. Se eles sabem da necessidade de ter uma entrada para portador de necessidade especial, por que não deixam uma chave à disposição? Com certeza existem outros cadeirantes que passam pelo mesmo problema”.

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Boletim de ocorrência

Acompanhada pela mãe, Filomena Maria Bomfim Mello, desta vez, a universitária resolveu chamar a polícia e lavrar um Boletim de Ocorrência contra o banco. “O policial falou que daqui a 5 dias já podemos pegar uma cópia do BO no batalhão. A Natali vai entrar com uma ação contra o banco. É inadmissível essa situação. Os próprios policiais falaram que isso não pode ocorrer”, diz Filomena.

A correntista espera que, com o BO, ela não precise passar mais por isso na agência onde tem conta. “Sempre vou em outras agências do Bradesco e em outros bancos e nunca tenho problema. O acesso especial ao cadeirante sempre é aberto rapidamente. Espero que essa situação seja resolvida”.

O Banco Bradesco informou, em nota que ”apurou o ocorrido e as providências já foram tomadas”.

Fonte: atribuna.com.br

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