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Seleção Brasileira busca o tetracampeonato mundial no futebol para deficientes visuais

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O Brasil, único tricampeão mundial no Futebol de 5, modalidade para deficientes visuais, buscará este ano o tetracampeonato na categoria no Campeonato Mundial IBSA (International Blind Sports Federation) em Tóquio, em novembro. Além de tricampeão no Campeonato da IBSA, o Brasil é o único país a conquistar medalha de ouro em Jogos Paralímpicos (a modalidade passou a fazer parte da disputa nos Jogos de Atenas-2004). A Seleção Brasileira de Futebol de 5 ganhou todos os campeonatos oficiais que disputou, desde 2007.

A preparação da Seleção Brasileira de Futebol de 5 para buscar o tetra este ano em Tóquio foi um dos destaques da entrevista coletiva do dia 1º de julho concedida por Jeferson da Conceição Gonçalves, conhecido como Jefinho, no Centro Aberto de Mídia João Saldanha, no Rio de Janeiro.

O jogador contou a sua história e fez uma demonstração da modalidade para interagir com os jornalistas. Jefinho disse que a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 está mostrando que o Brasil é realmente o país do futebol. “Todos jogam futebol, até mesmo as pessoas cegas”, afirmou o jogador. Ele acrescentou que espera que a Copa ajude também a difundir o Futebol de 5 e que traga novos torcedores para a modalidade. “Espero que um dos legados seja que as pessoas saibam da existência do Futebol de 5, e que possam acompanhar e torcer muito pela gente também,” disse.

A Seleção Brasileira de Futebol de 5 está prestes a iniciar a quinta fase de treinamento na busca do tetracampeonato. Durante uma semana por mês, ela fica concentrado na Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (Andef), em Niterói, no Rio de Janeiro. A próxima concentração será de 15 a 22 de julho, como parte da preparação para a disputa do mundial.

Durante a entrevista, Jefinho destacou ainda o apoio e o incentivo aos atletas paralímpicos no País. Nos últimos anos, graças ao patrocínio da Caixa Econômica Federal (CEF), e ao apoio da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), os atletas da Seleção Brasileira de Futebol de 5 podem se dedicar integralmente ao esporte. “Hoje a seleção de Futebol de 5 conta com mais apoio e mais estrutura, como fisioterapeutas, fisiologista e nutricionista,” afirmou o jogador.

Jefinho nasceu com glaucoma e ficou cego aos 7 anos. Aos 14, iniciou sua trajetória no futebol. Hoje, o melhor jogador de Futebol de 5 do mundo inspira outras crianças, muitas das quais passaram a jogar depois que ele chegou à Seleção. “Fico feliz de ser um exemplo para eles”, disse, acrescentando que visita crianças com deficiência visual e se comunica com os fãs pela internet. “Hoje em dia podemos usar as redes sociais como todo mundo”.

O Futebol de 5, como o próprio nome diz, é jogado por quatro jogadores na linha e um goleiro, o único a não ser deficiente visual do grupo. A bola tem guizos internos para facilitar as ações dos jogadores em quadra. Os atletas são orientados por um guia da comissão técnica, que passa o direcionamento para a movimentação durante o ataque, além do goleiro e o técnico em outros momentos do jogo. Diferentemente de um estádio convencional, as partidas de Futebol de 5 devem ser silenciosas e a torcida só pode se manifestar na hora do gol.

Ao todo, no Brasil, são registrados 1.620 atletas cegos na CBDV. Desses, 250 são inscritos na modalidade de Futebol de 5 e disputam os campeonatos nacionais (série A e série B) e quatro torneios regionais promovidos pela Confederação neste ano. A equipe brasileira prepara-se também para os Jogos Parapan-Americanos de 2015 em Toronto, no Canadá.

Desde que foi escolhido para sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, o Brasil vem investindo para se tornar uma potência paraolímpica. O País tem os melhores atletas do mundo em diversas modalidades, incluindo o futebol de 5. No quadro geral de medalhas, a melhor participação do Brasil foi em Londres-2012, quando a delegação brasileira terminou os Jogos em 7º lugar, com 43 medalhas, sendo 21 delas de ouro, 14 de prata e 8 de bronze.

A meta do CPB é alcançar o quinto lugar geral nos Jogos do Rio-2016, melhorando em duas posições a colocação obtida em Londres-2012. Em 2013, o Brasil ganhou medalhas em quatro mundiais: atletismo, natação, canoagem e remo. Conquistou 70 medalhas, sendo 29 de ouro, 19 de prata e 22 de bronze. Em 2014, o País já obteve medalhas no Mundial de Halterofilismo e no de vôlei sentado.

O esporte nacional conta com ações de incentivo como a Lei Agnelo/Piva, a Lei de Incentivo ao Esporte, o programa Bolsa-Atleta, diversos outros convênios firmados com confederações, clubes e outras entidades, patrocínios das estatais e, mais recentemente, o Plano Brasil Medalhas.

 

Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro

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