Morador de Piracicaba é o 1º do país a ter prótese que permite até moonwalk
Um morador de Piracicaba (SP) é o primeiro brasileiro a testar uma prótese de joelho desenvolvida na Europa que torna o movimento da perna amputada o mais natural possível. Dentro da peça há sensores, placas de processamento e um motor que facilitam a mobilidade e a execução de ações cotidianas.
A prótese vem ainda com um controle remoto que, além da caminhada, programa funções como patinar e andar de bicicleta ou esqui. Segundo a empresa importadora, é possível fazer até o passo de dança moonwalk, eternizado por Michael Jackson, com o equipamento.
O operador de produção Horácio Fernandes, de 30 anos, perdeu a perna esquerda em um acidente de trabalho em uma multinacional de Piracicaba, que pagou R$ 150 mil pela importação do equipamento, criado na Alemanha e fabricado na Áustria. Ele recebeu joelho biônico nesta terça-feira (29) no Instituto de Próteses e Órteses, em Campinas (SP).
A principal vantagem do equipamento, que já é comercializado na Europa e nos Estados Unidos, é o número de sensores. São seis no total, o triplo da quantidade das próteses vendidas atualmente no mercado nacional.
“Isso significa mais mobilidade para o paciente, que consegue quase que naturalmente subir escadas, descer rampas, dobrar o joelho e fazer movimentos intensos quase sem nenhum esforço”, explicou o fisioterapeuta e protesista José André Carvalho.
Com apenas duas horas de fisioterapia, o paciente já conseguiu subir escadas com pernas alternadas, se abaixar e caminhar com mais naturalidade.
O gasto de energia para a execução das atividades também é menor com o equipamento inédito no país, já que o processador instalado dentro do joelho artificial calcula o ponto ideal para mudar as fases de apoio e de balanço da perna.
“Isso se traduz em maior segurança para o usuário, mesmo quando tenta andar para trás, como se estivesse imitando os passos de dança que o rei do pop Michael Jackson fazia em seus shows”, informou, em nota enviada à EPTV, a empresa responsável pela importação do aparelho.
O médico que coordenou a colocação da prótese em Fernandes disse que a tecnologia minimiza o risco de problemas ortopédicos, já que o joelho flexiona-se ligeiramente após o impacto do calcanhar sobre o chão e distribui a força empregada no movimento. “Além disso, a flexão posterior do joelho é controlada eletronicamente, adaptando-se ao padrão de marcha do usuário”, relatou.
O equipamento depende de uma certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser vendido no Brasil. A Anvisa informou que ainda não há um prazo para a liberação do produto no país, mas a empresa acredita que até o final do ano a comercialização esteja aprovada.
Fonte: G1