Bailarinas cegas se apresentam em Piracicaba, SP, e relatam superação
Piracicaba (SP) recebeu na noite desta segunda-feira (9) apresentação da Companhia de Ballet para Cegos Fernanda Bianchini, única companhia de dança clássica do mundo formada por deficientes visuais e que utiliza a arte como ferramenta para a superação.
Para uma plateia formada por mais de 400 pessoas, o grupo levou ao palco do Teatro do Engenho Central o espetáculo Superando Limites, há cinco anos em cartaz. O evento integra a programação da Semana da Acessibilidade do Fórum Municipal Permanente da Pessoa com Deficiência.
Bailarinas cegas se apresentam em Piracicaba, SP, e relatam superação
Método de ensino é pioneiro em todo mundo
São 14 bailarinos: quatro homens e 10 mulheres, todas cegas. “Quando criei a companhia, em 1995, outros professores me disseram que aquilo era impossível. Hoje provamos o contrário no palco. O impossível não existe. A arte supera qualquer barreira”, disse Fernanda Bianchini.
Para as integrantes do grupo, a dança serve de inspiração para a vida. Geysa Pereira entrou para a companhia quando ainda era criança, um ano depois de perder a visão. “Na época eu pensava: como vou conseguir fazer movimentos tão leves e bonitos como os que eu via antes pela televisão?”, afirmou.
O grupo já se apresentou em várias cidades brasileiras e em outros países, como Argentina, Estados Unidos e Inglaterra. Na Paralimpíada de Londres, em 2012, quatro meninas dividiram palco com bailarinos do mundo todo. Entre elas estava Marina Guimarães, que é cega desde que nasceu. “Nunca imaginei que iria para uma Paralimpíada como bailarina. Foi sensacional. Fomos tratadas como artistas”, relembrou.
Método pioneiro
A associação de ballet foi criada em 1995 e é reconhecia por um método pioneiro desenvolvido pela bailarina e fisioterapeuta Fernanda Bianchini. Pelo método, os cegos aprendem a dançar a partir do toque. O professor orienta e repete os movimentos até que, em determinado ponto, os bailarinos passam a dançar apenas seguindo instruções orais.
Fonte: G1