Grupo de cadeirantes realiza protesto na Via Expressa e cobra acessibilidade
Manifestantes reclamam de falta de rampas e que as construídas são muito inclinadas
No início da tarde desta sexta-feira (14), um grupo de cadeirantes realiza manifestação na Avenida Menino Marcelo, mais comumente conhecida com Via Expressa, para cobrar acessibilidade nas ruas de Maceió. De acordo com eles, faltam rampas e as que existem são mal feitas, com bastante inclinação, o que dificulta ainda mais a vida do cadeirante que tenta se locomover sozinho. Eles se utilizam de uma marreta para realizar a quebra da calçada em frente à faixa de pedestres e em direção aos pontos de ônibus no entorno do supermercado Gbarbosa.
Não é primeira vez que esse tipo de protesto é realizado. O mesmo grupo organizou manifestação similar na Avenida Fernandes Lima no dia 15 de abril de 2015. De lá para cá, segundo eles, pouco ou nada foi feito.
“Os órgãos públicos não estão cumprido a lei, nós não temos acessibilidade, faltam rampas e as que existem são muito inclinadas. Por isso resolvemos fazer o protesto, para tentar resolver o problema que convivemos diariamente. A única rampa bem feita é a que fica na Adefal [Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas]”, disse à reportagem do Tribuna Hoje o cadeirante Tiago dos Santos.
Os manifestantes relataram também que a ação não vai ocorrer esporadicamente, como a do ano passado, mas que outros locais receberão o mesmo tipo de protesto. “Faremos no ponto do Quartel do Exército, do Hospital Universitário, e também no Centro e na orla de Maceió”, pontuou Tiago.
O grupo alega que nenhuma reunião com representantes da prefeitura foi realizada desde a manifestação de 2015.
O grupo de cadeirantes frisou que a acessibilidade nos ônibus de Maceió também tem problemas. De acordo com eles, muitos motoristas os atendem com mau humor e param em locais que dificultam o acesso como em locais enlameados e até longe da calçada. A inclinação da subida para os coletivos também foi criticada por Tiago.
Os cadeirantes ressaltaram que as entidades (Adefal, Pestalozzi e Associação dos Amigos e Pais de Pessoas Especiais – AAPPE) que deveriam defender os interesses dos cadeirantes não o fazem. “Eles não resolvem nada, só aparecem em época de eleição”, falou Tiago.
A manifestação causou grande engarrafamento na avenida, principalmente no sentido Serraria – Barro Duro. Dois agentes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) controlam o tráfego durante a manifestação.
A assessoria de comunicação da Prefeitura de Maceió emitiu nota sobre o protesto, confira na íntegra:
“A Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU) informa que nos últimos quatro anos, todas as obras realizadas pela Prefeitura de Maceió atendem os critérios de acessibilidade.
A SMCCU já atua através das licenças edilícias. Todos os projetos, Habite-se e alvarás emitidos têm que estar de acordo com a legislação. Os projetos só são liberados se a obra estiver de acordo com a acessibilidade.
O órgão municipal reforça ainda que, segundo o seu Código de Obras, a responsabilidade sobre a manutenção do passeio público é do proprietário ou locatário. Porém, quando há uma intervenção nesse passeio, ela deve ser realizada sob as orientações do órgão, que dispõe de profissionais para orientar sobre o uso dos materiais, durabilidade da obra e acessibilidade.
Neste mês de outubro, tendo em vista a legislação federal recente, a Cartilha de Acessibilidade foi atualizada. Ela foi apresentada aos conselhos de classe do CREA e CAU, que trabalham diretamente com projetos, e órgãos de licença edilícia como Ademi e Sinduson para dar publicidade aos profissionais da área. Ela também estará, em breve, disponível para a população.
A respeito do protesto realizado em frente ao supermercado GBarbosa da Serraria, o órgão informa que enviará uma equipe, na próxima semana, para averiguar possíveis irregularidades e apurar de quem é a responsabilidade sobre o passeio público.”
Fonte: tribunahoje.com