Familiares de cadeirantes de São Carlos (SP) que precisam de transporte especial reclamam da situação da falta de ônibus desde que a Suzantur assumiu integralmente as linhas no último fim de semana. A empresa alega que a Athenas Paulista, que fazia esse tipo de serviço, não repassou o cadastro de passageiros.
Antes da mudança de empresas, quatro micro-ônibus faziam o transporte porta a porta, além de uma van. Agora, de acordo com o edital emergencial, é apenas um. Desde terça-feira (20), um furgão também ajuda.
Prevendo o problema, os cadeirantes fizeram uma reunião com o Ministério Público e pediram ajuda para que o serviço não fosse prejudicado. A prefeitura informou que vai disponibilizar táxis para quem precisa.
Para João Bosco Alves, que precisa levar o filho para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), fica complicado para o taxista sozinho desempenhar a função. “Apesar de a cadeira estar fixa, precisa de uma pessoa acompanhando. Eu creio que não tem a possibilidade de o motorista estar prestando atenção no cadeirante e ao mesmo tempo dirigindo”, disse.
Sem ir à escola
Rosângela Silva passa pela mesma situação. O filho dela teve paralisia cerebral e com os movimentos comprometidos necessita do transporte especial para ir à Apae, mas esta semana não foi nenhum dia. “Ele fica muito agitado, chega a estressar porque ele tem a rotina dele, todo dia de manhã vai para a escola. Já faz quatro dias que ele não tem essa rotina, então ele sente muita falta”, disse.
No caso do filho de Rosângela é necessário ainda um monitor durante o trajeto. Na segunda-feira (19), ela ligou na Suzantur e ouviu que no dia seguinte tudo seria normalizado. Mas a situação não mudou nem na terça, nem na quarta-feira (21). Nesta quinta (22), ela tentou novamente e resposta não foi nada boa. “A Apae a gente ainda não está atendendo, tá. Eles vão começar atender acho que a partir da semana que vem. Por quê? Porque o micro-ônibus novo chega na segunda-feira (26)”, disse a atendente.
Falta de opção
O auxiliar de produção Adaelson Pereira Santos sofre as consequências da toxoplasmose. Na terça feira (20), acordou cedo para ir até a fisioterapia no campus da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), mas o ônibus não passou. “Perdi a fisioterapia e fiquei sem opção. À noite, uma moça da Suzantur ligou aqui em casa falando que até terça-feira (27) vai estar normal. Vou aguardar. Ela disse que nem precisa mais ligar porque já está agendado o ônibus. Eu tenho esperança, vamos ver”, contou.
A Suzantur informou que, além dos dois veículos que já fazem o porta a porta, a partir desta sexta-feira (23) vai disponibilizar mais um micro-ônibus. Segundo a empresa, na quarta-feira foram realizados 22 atendimentos e outros 19 nesta quinta-feira. Quem precisar do transporte, deve agendar pelo telefone (16) 3373-7370.
Fonte: g1.globo.com