Falta de transporte especial prejudica rotina de cadeirantes em São Carlos
Familiares de cadeirantes de São Carlos (SP) que precisam de transporte especial reclamam da situação da falta de ônibus desde que a Suzantur assumiu integralmente as linhas no último fim de semana. A empresa alega que a Athenas Paulista, que fazia esse tipo de serviço, não repassou o cadastro de passageiros.
Antes da mudança de empresas, quatro micro-ônibus faziam o transporte porta a porta, além de uma van. Agora, de acordo com o edital emergencial, é apenas um. Desde terça-feira (20), um furgão também ajuda.
Segundo a União dos Paratletas de São Carlos (Upasc), 117 cadeirantes que precisam todos os dias do transporte especial, seja para ir ao médico, à escola ou ao trabalho. Com a frota reduzida, a rotina de todos eles fica comprometida.
Prevendo o problema, os cadeirantes fizeram uma reunião com o Ministério Público e pediram ajuda para que o serviço não fosse prejudicado. A prefeitura informou que vai disponibilizar táxis para quem precisa.
Para João Bosco Alves, que precisa levar o filho para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), fica complicado para o taxista sozinho desempenhar a função. “Apesar de a cadeira estar fixa, precisa de uma pessoa acompanhando. Eu creio que não tem a possibilidade de o motorista estar prestando atenção no cadeirante e ao mesmo tempo dirigindo”, disse.
Sem ir à escola
Rosângela Silva passa pela mesma situação. O filho dela teve paralisia cerebral e com os movimentos comprometidos necessita do transporte especial para ir à Apae, mas esta semana não foi nenhum dia. “Ele fica muito agitado, chega a estressar porque ele tem a rotina dele, todo dia de manhã vai para a escola. Já faz quatro dias que ele não tem essa rotina, então ele sente muita falta”, disse.
No caso do filho de Rosângela é necessário ainda um monitor durante o trajeto. Na segunda-feira (19), ela ligou na Suzantur e ouviu que no dia seguinte tudo seria normalizado. Mas a situação não mudou nem na terça, nem na quarta-feira (21). Nesta quinta (22), ela tentou novamente e resposta não foi nada boa. “A Apae a gente ainda não está atendendo, tá. Eles vão começar atender acho que a partir da semana que vem. Por quê? Porque o micro-ônibus novo chega na segunda-feira (26)”, disse a atendente.
Falta de opção
O auxiliar de produção Adaelson Pereira Santos sofre as consequências da toxoplasmose. Na terça feira (20), acordou cedo para ir até a fisioterapia no campus da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), mas o ônibus não passou. “Perdi a fisioterapia e fiquei sem opção. À noite, uma moça da Suzantur ligou aqui em casa falando que até terça-feira (27) vai estar normal. Vou aguardar. Ela disse que nem precisa mais ligar porque já está agendado o ônibus. Eu tenho esperança, vamos ver”, contou.
A Suzantur informou que, além dos dois veículos que já fazem o porta a porta, a partir desta sexta-feira (23) vai disponibilizar mais um micro-ônibus. Segundo a empresa, na quarta-feira foram realizados 22 atendimentos e outros 19 nesta quinta-feira. Quem precisar do transporte, deve agendar pelo telefone (16) 3373-7370.
Fonte: g1.globo.com