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Deficientes físicos começam a fazer prova para tirar habilitação no ES

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Depois de mais de um ano de espera, as pessoas com deficiência física que aguardavam na fila para fazer a prova prática da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) começaram a realizar o exame, no Espírito Santo. As provas foram liberadas após uma decisão judicial que autorizou a contratação de um médico sem a especialização em medicina do tráfego para garantir a emissão das CNH.

Com apoio das muletas, o cobrador Luiz Aguiar chegou para o teste. Ele esperava há mais de um ano a prova para tirar a carteira de habilitação. “Eu contava que em outubro do ano passado eu já estaria com minha permissão. Era meu presente de Natal e Ano Novo do ano passado. Estou ansioso, mas com fé em Deus tudo vai dar certo”, disse.

Atraso
O longo tempo de espera para tirar a carteira acontece porque as pessoas com deficiência, quando vão fazer a prova prática, precisam também ser avaliadas por um médico, que tem uma especialização em trânsito. Mas o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) tem dificuldade para contratar esse profissional.

No Espírito Santo, o Detran já lançou seis editais, mas desde 2013 não consegue contratar um médico que fique no emprego. O diretor do Detran entrou na justiça. Ele alega que o estado não tem curso de especialização em medicina do tráfego.

Por esse motivo, a Justiça concedeu uma liminar que autorizou contratar, por seis meses, qualquer médico, mesmo que não seja especializado. Um profissional já foi contratado, mas ainda faltam dois para completar o quadro.

Espera
De acordo com o Detran, desde que o médico foi contratado, mais de 50 pessoas fizeram a prova. Apesar disso, mais de 180 continuam na fila.

Muitos que estão na fila de espera são do interior do estado e precisam viajar horas até Vitória para realizar o exame. Jenadir estava acordado desde meia noite. “Ele está triste porque não passou na prova, é o cansaço é muito grande. Ele saiu de Mantena 1 hora da manhã, ele chega aqui e reprova. É um desgaste, a gente vê a tristeza dele”, afirmou o instrutor Werley Alves.

O Detran explicou que assim que a fila diminuir na Grande Vitória a equipe poderá viajar pelo interior para atender a outros municípios. “Assim que esse passivo for eliminado, esse tempo de espera, vamos poder provavelmente levar os profissionais até o local para poder dar uma comodidade à sociedade”, afirmou o diretor de habilitação e veículos do órgão, Carlos Gaudio.

Fonte: G1