Em prol do desenvolvimento da tradução visual, enquanto recurso de tecnologia assistiva, nos equipamentos de prestação de serviço público ou privado, a Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), em parceria com o Instituto Guerreiros da Inclusão (IGI) promoveu o primeiro Curso de Áudio-descrição “Imagens que Falam”, em Alagoas.
O projeto busca suprir as lacunas deixadas por barreiras comunicacionais, enfrentadas pelas pessoas com deficiência visual, como assistir televisão, ler um livro ou revista que contenha ilustrações, ir ao cinema ou ao teatro.
E também iniciar o processo de adequação à Lei Brasileira de Inclusão (LBI) – Lei 10.098/2000 e ao Decreto 5.296/2004, como à portaria 188/2010 do Ministério das Comunicações – entre outros dispositivos legais que visam proporcionar acessibilidade às pessoas com deficiência visual em eventos culturais, de lazer, educação e trabalho.
De acordo com a gestora da Semudh, Roseane Cavalcante, a formação de
profissionais áudio-descritores é um grande passo no fortalecimento da acessibilidade comunicacional com qualidade. Proporcionar que pessoas cegas tenham acesso a essa tecnologia, vai ampliar significativamente a credibilidade do estado, no campo da inclusão social.
“A confiança do governador em abraçar essa luta garante que poderemos, juntos, mudar essa realidade da falta de acessibilidade. Essa causa é nossa responsabilidade e fico feliz em saber do engajamento de tanta gente. Essa causa não é apenas da pessoa com deficiência, mas de todos que têm consciência e sensibilidade”, ressaltou a secretária.
Alagoas investe no desenvolvimento de capacitações profissionalizantes para inclusão
O Governador Renan Filho recebeu, na tarde de sexta-feira (7), o professor doutor Francisco Lima, tradutor e intérprete na Escola Americana Instituto Mackenzie, bacharel em psicologia, PHD em psicofísica sensorial, editor e idealizador do portal Associados da Inclusão (www.associadosdainclusao.com.br) e da página Direito Para Todos (www.direitoparatodos.associadosdainclusao.com.br), idealizador e ministrante do curso de áudio-descrição.
No Palácio República dos Palmares, o chefe do Executivo alagoano ratificou o compromisso do Governo de Alagoas no apoio às políticas inclusivas e de direitos humanos.
“Sempre me preocupei em buscar alternativas que minimizassem as dificuldades de pessoas com deficiência. É fundamental promover recursos de acessibilidade para quebrar as barreiras, para que os todos cidadãos possam encarar a vida de uma forma mais segura, confortável, natural e digna”, destacou o governador.
Com seu cão-guia, a labradora Okra, o Dr. Francisco Lima agradeceu e parabenizou o governador Renan Filho pelo empenho dedicado as pautas de inclusão em Alagoas e confirmou a continuidade da parceria didática e docente com o governo.
Renan Filho disse, ainda, que “é muito importante ampliar o alcance de capacitação de servidores para desenvolver uma forma de fazer com que a comunicação, que é um direito humano previsto na constituição brasileira, seja acessível para todos, e que as barreiras de atitude, sobre essas questões, possam ser derrubadas”.
Curso abre perspectiva para o crescimento do mercado de trabalho para áudio-descritores nos setores de educação, cultura e principalmente turismo.
O casal Fabrícia Barbosa de Omena (28), jornalista, e Jean Bernado da Silva (37), professor de tradução em braile da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), superou o impedimento visual e compareceu ao curso “Imagens que Falam”. Em sala de aula, de mãos dadas e fones de ouvido, ambos ouviram o professor atentamente com interesse em conhecer o mercado de trabalho para consultores em áudio-descrição e observar o aprendizado dos futuros profissionais.
“A gente pôde aprender um pouco mais sobre a tradução visual, principalmente, para ir ao teatro, ao cinema e, quando houver imagens ou gestos, elas poderão ser descritas da forma correta para a pessoa com deficiência visual”, comemorou Fabrícia Barbosa.
Na primeira etapa do Curso de Tradução Visual com ênfase em Áudio-Descrição “Imagens que Falam”, em Alagoas, 55 participantes concluíram a carga horária presencial obrigatória.
A próxima fase será realizada em setembro deste ano, por meio de plataforma de Educação à distância. Ao final do curso, Alagoas entrará no circuito dos estados brasileiros que contam com profissionais formados para o manejo dessa tecnologia assistiva e estarão aptos para continuar com uma profissionalização especializada.
Jean Bernardo explica que, em tempo de crise, o mercado de trabalho pressente que existe uma demanda crescente para o setor, que será cada vez maior, ao longo dos anos. A exemplo disto, no Curso de Formação em Letras – Libras, na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foi desenvolvido um núcleo de acessibilidade que vai, em pouco tempo, garantir que pessoas com deficiência sejam melhor atendidas na Ufal, abrindo oportunidade para mão de obra especializada em tradução visual.
“Pouco a pouco as pessoas com deficiência estão sendo estimuladas a ocupar o seu lugar, como qualquer pessoa sem limitações. A competência é resultado do esforço e da dedicação, então é possível encontrar pessoas com deficiência, com muita competência, mas que continuam precisando de auxílio”, explicou Jean.
A secretária Roseane Cavalcante afirmou, durante o encontro com o governador Renan Filho, que em breve serão abertas novas oportunidades voltadas para o segmento.
Para a gestora de Direitos Humanos em Alagoas, a tendência do estado em aumentar a demanda em tecnologia assistiva a serviço do turismo e da educação, é evidente, por isso é importante capacitar esse tipo de profissional.
Neste mês de agosto, a Semudh programou uma série de atividades voltadas para pessoas com deficiência. Está previsto na programação a inauguração da Central de Interpretes de Libras (CIL), ações educativas durante a semana da pessoa com deficiência, além da confirmação de Maceió como sede do II Encontro Nacional de Áudio-descrição em Estudos (Enades).
por Agência Alagoas