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Comerciantes de Arapiraca perdem por falta de acessibilidade

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Mesmo com rampa na entrada, estabelecimento impede acesso com guichê de caixa registradora

A segunda maior cidade de Alagoas tem uma população estimada em 230 mil habitantes, e uma forte economia regional, tendo, inclusive, sido motivo de destaque em estudo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) como uma das 20 cidades que mais geraram empregos no primeiro trimestre deste ano no país.

Foram 1.846 novos postos de trabalho abertos com carteira assinada em Arapiraca.
Mas o que pouca gente sabe é que existe um nicho de mercado que movimenta R$ 3,7 milhões por mês – o das pessoas com deficiência, e a maior parte dos empresários ainda não despertou para atrair esses recursos para os seus empreendimentos.

Segundo o presidente da Associação das Pessoas com Deficiência de Arapiraca (Adefima), Adriano Targino, 4.800 pessoas recebem por mês o valor de R$ 788,00, por meio do Benefício da Prestação Continuada (BPC), do Governo Federal.

Esse público consumidor movimenta 3 milhões e 782 mil reais no comércio do município e cidades vizinhas.
Contudo, os lojistas de Arapiraca ainda não estão preparados para atrair de forma efetiva as pessoas com deficiência física, visual ou intelectual como potenciais consumidores.

Adriano Targino afirma que a maior parte dos estabelecimentos não possui acessibilidade. Faltam rampas na entrada das lojas, banheiros adequados e placas ou adesivos de identificação e sinalização, principalmente para deficientes visuais ou surdos.

O presidente da associação defende maior acessibilidade para as pessoas com deficiência, citando o Decreto 5.296, de dezembro de 2004, que regulamenta as Leis 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

“Muitos atendentes pensam que a pessoa entra para pedir ajuda”

“Isso, sem falar no preconceito. Muitos atendentes e até donos de lojas pensam que a pessoa com deficiência visual está entrando no local para pedir ajuda”, conta Daniel Nunes, que tem 33 anos de idade e perdeu a visão totalmente aos 29 anos.
Ele é diretor de Relações Públicas da Associação das Pessoas com Deficiência Visual do Agreste (Apedeva) e trabalha como voluntário na entidade.

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Antônio Marcos dos Santos conta que tem dificuldades para ter acesso aos estabelecimentos no centro comercial

Para Daniel Nunes, o mais importante para facilitar o acesso das pessoas com deficiência visual aos estabelecimentos comerciais, especificamente, refere-se à colocação de piso tátil e placas nas portas e divisórias das lojas, além de etiquetas com pontos para que ajudem na identificação das cores dos produtos.

O cadeirante Antônio Marcos dos Santos, de 36 anos, ficou sem o movimento das pernas desde os 14 anos de idade, durante uma cirurgia que provocou uma lesão na medula. Ele também revela as dificuldades enfrentadas para ter acesso aos estabelecimentos e outros prédios no centro comercial da segunda maior cidade de Alagoas.

“Nossa maior dificuldade está no momento de entrar na loja, uma vez que a maioria não possui rampas ou coloca em lugares errados, e as cabines de provadores de roupa que não têm espaço adequado para a gente”, acrescenta Antônio Marcos.

Parceria vai garantir revitalização do centro comercial da cidade

No início da semana, cadeirantes e representantes das associações de pessoas com deficiência estiveram reunidos com diretores da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Associação dos Aposentados, Idosos e Pensionistas de Arapiraca.

O encontro ocorreu na sede da CDL e também contou com a presença do deputado estadual Tarcizo Freire (PSD).
Na ocasião, a presidente da CDL de Arapiraca, empresária Tânia Núbia Albuquerque, voltou a defender a iniciativa da prefeitura, com a implantação do projeto “Centro Limpo”.

A empresária reforçou que a entidade apoia a iniciativa da gestão da prefeita Célia Rocha em ordenar a área central da cidade, tornando as vias públicas mais acessíveis para clientes, lojistas e moradores.

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Encontro no CDL de Arapiraca reuniu representantes de pessoas com deficiência e várias instituições

No caso do projeto de revitalização do centro comercial de Arapiraca, Tânia Núbia disse que a iniciativa tem como foco central a Rua Aníbal Lima, Praça Bom Conselho e Praça Manoel André, num espaço de aproximadamente 15 mil metros quadrados.

Ela adiantou que o projeto de revitalização dos espaços comerciais de Arapiraca é uma iniciativa da Federação do Comércio (Fecomércio), Sebrae, Senai, Senac, Sesc, CDL, FCDL, Sindilojas e Associação Comercial, com apoio da Prefeitura de Arapiraca, que está encarregada da elaboração do projeto urbanístico e das políticas públicas para viabilização do projeto.

O projeto de intervenção urbanística, com a implantação do shopping a céu aberto e revitalização do centro comercial da cidade, ganha mais reforço com a participação de representantes de pessoas com deficiência de Arapiraca.

O arquiteto Mário Aloísio foi contratado pela prefeitura para ajudar a classe empresarial da cidade, e a previsão é de que os serviços sejam iniciados em dezembro, com prazo de conclusão em dois anos.

Fonte: Tribuna Hoje

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