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Software criado no AM transforma linguagem de sinais em sons

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Um software desenvolvido no Amazonas promete melhorar a comunicação feita pela linguagem de sinais. Por meio de sensores instalados nos antebraços, o mecanismo permite transformar os gestos em palavras e frases. Os sons são reproduzidos por celular. Batizado de “Giullia – a mão que fala”, o aplicativo faz homenagem a uma jovem que tinha deficiência auditiva. A invenção foi lançada nesta segunda-feira (18) pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Segundo o idealizador do projeto, um fabricante mundial de aparelhos móveis já demonstrou interesse no projeto.

A pesquisa que resultou no software é realizada há mais de um ano pelo Núcleo de Robótica e Automoção da UEA. Segundo o idealizador do “Giullia”, Manuel Cardoso, a tecnologia é baseada na inteligência artificial e se conecta aos impulsos do corpo para reproduzir os sons.

“Esses sensores pegam os sinais dos músculos do braço, da mão e dos dedos e os transmitem via bluetooth para o celular. No celular, nós embarcamos em uma tecnologia baseada em inteligência artificial, chamadas redes neurais artificiais, que são modelos matemáticos que assimilam a funcionalidade, por exemplo, dos neurônios biológicos, de tal forma que podemos ensinar o programa a reconhecer padrões vindos dos sinais”, explicou o pesquisador.

O principal objetivo do projeto é facilitar a comunicação das pessoas com deficiência, especialmente no mercado de trabalho. “Se um deficiente auditivo está olhado para você e entende o que você fala, ele vai gesticular a resposta e o celular vai traduzir o que ele falou na linguagem de sinais. A mão passa a gerar a voz que não é emitida pelas cordas vocais, por isso o nome: a mão que fala”, disse o idealizador do projeto.

De acordo com Cardoso, nesta terça-feira (19), uma comissão que participou da pesquisa vai embarcar para os Estados Unidos para uma reunião com especialistas norte-americanos. O encontro tem intuito de conseguir verbas para o desenvolvimento de novas pesquisas.

O idealizador do projeto disse ainda que a licença da patente do “Giullia” é negociada com uma fabricante mundial de celulares. “Há pessoas com essa deficiência no mundo todo e o que a gente espera [com a negociação] é fazer a sustentação da continuidade das pesquisas a partir do ganho financeiro”, afirmou.

‘Giullia’

O nome do projeto é uma homenagem a uma jovem que teve as atividades cerebrais prejudicadas em virtude de uma bactéria adquirida ainda na maternidade. Ela foi uma das beneficiadas com o projeto “Mouse Ocular”, que possibilita pessoas com deficiência motora navegar pela internet e escrever textos no computador utilizando sensores conectados ao movimento dos olhos.

Giullia – que também tinha deficiência auditiva – entrou no projeto do “Mouse Ocular” aos sete anos. Ela morreu no ano passado, com 15 anos de idade. “Giullia foi uma inspiração. Costumo dizer que ela partiu, mas vai ficar para sempre conosco”, disse Cardoso.

Fonte: g1.globo.com

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