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Após cirurgia nos EUA, brasileira com paralisia fica em pé pela 1ª vez

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Quatro dias após passar nos Estados Unidos por uma cirurgia na medula, a menina de Ribeirão Preto (SP) Júlia Marqueti Ferraz, de 5 anos, conseguiu ficar em pé pela primeira vez, na segunda-feira (9). Júlia, que tem paralisia cerebral, deve passar as próximas semanas em recuperação no St. Louis Children’s Hospital, no estado do Missouri. A volta para o Brasil está prevista para o dia 7 de março.

A cirurgia foi feita depois que a família da menina moveu uma ação na Justiça para pleitear que o procedimento fosse feito nos EUA e pago pela União. Após decisão favorável à criança, o Ministério da Saúde alegou no processo que ela poderia ser operada no Brasil, já que o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e a Santa Casa estavam aptas para a realização. Após impasse, a liberação dos US$ 42 mil foi autorizada judicialmente em janeiro deste ano e a criança pode finalmente fazer a viagem.

“Ela vai passar por um processo de fortalecimento, para que volte de muleta ou bengala para o Brasil”, afirma o pai de Júlia, Alexandre Ferraz. Desde os 8 meses, a menina só se locomove com a ajuda de um andador e depende dos pais para realizar as tarefas diárias.

De acordo com Ferraz, que desembarcou no Brasil na manhã desta terça-feira (10), a tentativa de colocar a menina em pé aconteceu no final da tarde de segunda, por volta das 21h30 do horário de Brasília.

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“Foi antes de eu vir embora para o Brasil. Os médicos não garantiram que ela já firmaria as pernas, mas no terceiro ou quarto dia [após a cirurgia] geralmente a criança consegue [ficar em pé]. Quando eles a colocaram de pé eu desabei. Não há como descrever o sentimento”, afirma.

Ferraz filmou o momento em que Júlia fica em pé e, com a ajuda de médicos e enfermeiros, consegue movimentar as pernas. Segundo ele, a filha tem se mostrado feliz e confiante após a cirurgia. “A Júlia está extremamente feliz. É uma criança completamente diferente da criança de antes da cirurgia. Ela não tem mais limitações. Antes ela não conseguia nem se virar na cama. Agora ela vira de bruços, vira de lado e fica comemorando. Agora ela vai reaprender todos os movimentos da cintura para baixo, descobrir que tem esse controle. A recuperação está bem positiva e estamos muito felizes”, conclui.

O caso

Aos oito meses, Júlia foi diagnosticada com leucomalácia periventricular nível 3. A paralisia cerebral causa rigidez muscular e compromete os movimentos dos membros, podendo provocar atrofia. A menina só se locomove com a ajuda de um andador e depende dos pais para realizar as tarefas diárias.

A briga na Justiça pelo pagamento da cirurgia de Júlia começou em 10 de dezembro, logo após a família receber a aprovação do St. Louis Children’s Hospital para a internação da criança.

A primeira liminar, em 25 de dezembro, determinou que a União pagasse os US$ 42,2 mil pelo procedimento. O Ministério da Saúde, no entanto, não cumpriu o prazo estipulado pela Justiça para o depósito.

A família pediu, em 30 de dezembro, reapreciação da liminar e obteve parecer favorável no dia seguinte. Em 13 de janeiro, Ana Paula e o marido participaram de uma audiência na Justiça Federal em Ribeirão Preto junto a um auditor do Sistema Único de Saúde (SUS).

A última decisão da Justiça Federal deu prazo de 24 horas, a partir de 13 de janeiro, para que o depósito fosse efetuado, mas novamente a quantia não foi depositada.

No dia 19 de janeiro, o Ministério da Saúde informou que efetuou o pagamento, porém em uma conta em juízo. O TRF, no entanto, acatou recurso da União e suspendeu o repasse do dinheiro à família da menina.

Em audiência no dia 22 de janeiro, a família de Júlia apresentou o processo integral à desembargadora Alda Basto, o que garantiu a reconsideração da decisão e, finalmente, a liberação do dinheiro para a cirurgia nos Estados Unidos.

Fonte: G1

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