Restaurante na Hungria emprega funcionários deficientes
A cadeirante Maria Kecskemeti é uma das garçonetes do Izlelo, restaurante na cidade de Szekszard, ao sul de Budapeste, na Hungria, que tem 15 funcionários, a maioria pessoas com necessidades especiais. O estabelecimento, que recebe cerca de 100 clientes por dia, foi aberto em 2007 por uma entidade local para ajudar pessoas com deficiências a achar emprego.
Maria diz que trabalhar com pessoas é um desafio diário e requer muitas habilidades e empatia. A garçonete, que nunca havia trabalhado em restaurante, confessa que ficou temerosa sobre como os clientes iriam reagir ao serem atendidos por uma cadeirante. “No início estávamos um pouco assustados, por assim dizer, porque nenhum de nós tinha trabalhado em restaurantes antes”, conta.
Na Hungria, a proporção de deficientes com emprego é de menos de um para cinco, de acordo com estatísticas de 2011.
O restaurante passou por uma reforma e foi ampliado este ano contando principalmente com recursos da União Europeia. O Izlelo, construído em um antigo prédio de uma escola em ruínas, serve duas sopas e três pratos principais por dia para fregueses que trabalham nas proximidades.
Andrea Meszaros, presidente da fundação que administra o restaurante, diz que é importante que os fregueses vejam como os funcionários deficientes, incluindo o chef, são capazes de executar diferentes tarefas.
“Precisamos organizar turnos e várias atividades de forma diferente de como ocorre em restaurantes convencionais”, diz Andrea. A razão, segundo ela, é que cada um faça aquilo que é mais adequado ao seu perfil.
Um único prato, por exemplo, pode ter a contribuição de até cinco funcionários, em vez de somente um cozinheiro, porque os processos são divididos.
Na cozinha, o chef Sandor Both trabalha com ajudantes com dificuldades de aprendizagem e cozinheiros com problemas de audição, por exemplo. “Você precisa distribuir tarefas que as pessoas possam fazer e não se sintam em desvantagem em seu trabalho”, diz Both, que administra a cozinha do restaurante há mais de sete anos. “Tentamos arranjar as tarefas para que todos tenham uma sensação diária de realização.”
“Uma vez que estamos em desvantagem, muitos empregadores nos rejeitam. Eu não gostava muito de cozinhar antes, mas eu não tinha escolha, porque eu tinha que ganhar a vida de alguma forma. Desde então, eu passei a gostar, porque há sempre algo novo”, diz o cozinheiro Zsolt Vorosvaczky, que é deficiente auditivo.
Fonte: G1