Segundo a Associação Pró-deficiente, o Centro da cidade tem muitos equipamentos de acessibilidade, mas eles são pouco funcionais. Há rampas que o cadeirante não consegue subir sozinho e elevadores quebrados. Uma acessibilidade que, na prática, não funciona.
“Não adianta fazer acessibilidade só da calçada para dentro. Tem que dar condições a pessoa de poder chegar ao local. Foi um dinheiro jogado fora. É mais para turista ver”, lamentou o presidente da Ppró-deficiente, Marcelo da Silveira.
Os órgãos públicos não dão o exemplo. Para chegar no setor de atendimento da Secretaria Municipal de Fazenda, por exemplo, é necessário passar pela única entrada, uma subida com mais de 50 degraus. O prédio dos Correios tem na entrada uma escadaria. O acesso para pessoas com deficiência é pelos fundos, na garagem. Mas os carros estacionam sobre o piso para os deficientes visuais. A prefeitura também não tem acessibilidade.
O vendedor Jorge Henrique até tentou entrar na Câmara de Vereadores, mas não conseguiu. O equipamento usado para subir as escadas na cadeira de rodas não funciona.
“Por aqui pela frente não dá, porque a cadeirra está quebrada. E lá por cima não dá porque a cadeira não entra na porta, para chegar aos gabinetes. São cadeirantes, obesos, pessoas com deficiência visual e até uma mulher com carrinho de bebê que não consegue acesso. Para nós, aqui é zero”, destacou o vendedor.
O equipamento, que foi comprado há cinco anos e custou R$ 18 mil, está parado. O presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Igor, reconhece a falha e diz que a manutenção fica mais cara do que a compra de um equipamento novo. O vereador garante que vai providenciar uma solução.
“Acredito que devemos publicar esse processo de licitação dentro das próximas duas semanas. Geralmente não é um material de difícil entrega. Então, acredito que dentro de 30 a 40 dias a Câmara já tenha conseguido solucionar esse problema”, observou Paulo Igor.
As 39 mil pessoas com algum tipo de deficiência que moram na cidade não querem mais depender de favores e passar por novos constrangimentos.
“Tenho que pedir alguém para empurrar por trás da cadeira. Toda hora tem que ficar pedindo ajuda. Isso é chato”, lamentou Jorge Henrique.
A prefeitura de Petrópolis informou, por meio de nota, que diversas ações de acessibilidade já foram feitas no Centro Histórico, como nas ruas do Imperador e, também, na Marechal Deodoro. Eles disseram, ainda, que fazem projetos de acesso aos prédios públicos, mas não deu um prazo para o início das obras.
Já os Correios informaram que a sinalização da rampa de acesso a cadeirantes, localizada nos fundos do imóvel, fica em mural na porta principal da agência, de acordo com os padrões da empresa e do IPHAN, já que se trata de prédio histórico. A unidade informou, também, que dispõe de pontos de atendimento de frente para as portas, permitindo a visualização da tentativa de acesso do cadeirante e a ida de um empregado ao seu encontro, a fim de conduzi-lo até a rampa que o levará ao interior da agência. Para facilitar o acesso, o número de vagas do estacionamento já foi reduzido.
Fonte: G1