EUA aprovam venda de exoesqueleto que ajuda paraplégicos a caminhar
A agência americana que regulamenta fármacos e alimentos (FDA) aprovou nesta quinta-feira (26) a comercialização do ReWalk, o primeiro exoesqueleto robotizado que abre a possibilidade para que pessoas com paralisia por lesões na medula espinhal possam caminhar com a ajuda de um acompanhante, de acordo com informações da “EFE”.
“Este produto revolucionário terá um impacto imediato para mudar a vida das pessoas que sofreram lesões na medula espinhal”, disse o diretor principal da empresa ReWalk Robotics, Larry Jasinski.
“Pela primeira vez, as pessoas com paraplegia poderão levar para casa a tecnologia do exoesqueleto, usá-la diariamente e maximizar os benefícios fisiológicos e psicológicos que observamos nos testes clínicos”, acrescentou.
O ReWalk é um aparelho motorizado que fica preso ao corpo pelas pernas e pela parte de baixo do tronco. Ele ajuda a pessoa a sentar, levantar e caminhar com o auxílio de um acompanhante, que não precisa ser necessariamente um médico.
De acordo com o Centro para o Controle e a Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), no país, há 200 mil pessoas que vivem com alguma lesão da medula espinhal e muitas delas sofrem paraplegia total ou parcial.
O ReWalk consiste em uma estrutura metálica que se ajusta com argolas às pernas, sustenta o tronco e, com motores, movimenta as articulações do quadril, joelhos e tornozelos.
O aparelho vem acompanhado de um sensor de inclinação e uma mochila que leva o computador com o qual se opera o aparelho e a fonte de energia. O custo é de cerca de US$ 85 mil por unidade.
As muletas proporcionam ao usuário estabilidade adicional para executar os movimentos, e um controle remoto sem fio, colocado no pulso como um relógio, permite a ativação do ReWalk.
Projeto Andar de Novo
O ReWalk não utiliza o princípio de interface cérebro-máquina, que é a base do exoesqueleto do projeto “Andar de novo”, liderado pelo cientista Miguel Nicolelis e apresentado na cerimônia de abertura da Copa do Mundo. O ReWalk funciona por meio de um controle-remoto ativado pelo paciente, além de um sistema computadorizado de sensores de movimentos
Já o projeto de exoesqueleto de Nicolelis prevê que a “força do pensamento” controle os movimentos da veste robótica. Uma touca especial vai captar as atividades elétricas do cérebro por eletroencefalografia. Quando o paciente se imaginar caminhando por conta própria, os sinais produzidos por seu cérebro serão coletados pela touca e enviados a um computador que fica nas costas do robô.
O computador vai decodificar essa mensagem e enviar a ordem aos membros artificiais, que passarão a executar os movimentos imaginados pelo paciente. Ao mesmo tempo, sensores dispostos nos pés do voluntário vão enviar sinais para a roupa especial.
A pessoa, então, vai sentir uma vibração nos braços toda vez que o robô tocar o chão. É como se o tato dos pés fosse transferido para os braços, naquilo que Nicolelis chama de “pele artificial”.
Fonte: G1