Deficientes físicos de Araçatuba podem perder atendimento gratuito
A Aadefa, Associação de Atendimento aos Deficientes Físicos de Araçatuba (SP), está com problemas financeiros e são mais de R$ 200 mil em dívidas. Alguns funcionários estão com salários atrasados há meses e mesmo assim continuam trabalhando.
A entidade tem mais de 30 anos e é mantida apenas com doações de voluntários, mas isso não está sendo suficiente para garantir a realização dos trabalhos, como o de artesanato. A bordadeira Nair Barbosa Padilha é uma das atendidas pelo curso. O incentivo ela encontrou na Aadefa. “Algumas pessoas falavam que eu não iria conseguir por causa da minha mão, mas quando tentei e deu certo foi a minha maior alegria”, afirma Nair.
A coordenadora do bordado, Márcia Reis, aprendeu a bordar no local também, isso há 20 anos. Para ela, a arte funciona como uma terapia. “É uma troca de experiência, tem a valorização pelo trabalho e com isso a pessoa não se sente inútil”, diz Márcia.
O paciente Josué Prazeres também participa de atividades na instituição e duas vezes por semana ele sai de casa de manhã e passa boa parte do dia na associação. Na fisioterapia são 30 minutos de bicicleta horizontal, o aparelho permite que ele faça movimento com as pernas, usando a força dos braços. “É uma sensação de liberdade, já andei tanto de bicicleta na vida, mas agora essa é a minha bicicleta”, diz Josué.
Há 34 anos a instituição presta atendimento a deficientes físicos da cidade e esse tratamento, tão importante, pode acabar. Isso porque a entidade está enfrentado uma séria crise financeira, dívidas que somam mais de R$ 200 mil.
A fisioterapeuta Carla Fernanda Martineli é fisioterapeuta da entidade há 13 anos e diz que essa é a pior crise que a instituição já enfrentou, há três meses ela não recebe salário. “A gente não deixa de vir porque sabe da necessidade deles e por amor a causa, a gente trabalha pela necessidade, mas a gente persiste por causa deles”, afirma Carla.
A instituição sobrevive apenas de doações, mas a quantia não tem sido suficiente e a entidade corre o risco de fechar as portas. “Várias gestões que passaram não fizeram recolhimento do encargo de trabalhos, então o maior problema é a associação não ter a certidão negativa de débitos”, afirma o voluntário Leonardo Pereira.
De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura para que a entidade receba verba municipal é preciso ter um plano de trabalho aprovado pelo Conselho de Assistência Social. Segundo a assessoria, a entidade precisa regularizar uma pendência no INSS para poder receber os repasses. Quem quiser ajudar a associação pode entrar em contato pelo telefone (18) 3117-7430.
Fonte: G1