Um guia virtual com os serviços de saúde, esporte, educação e cultura disponíveis para pessoas com deficiência em Campinas (SP) foi lançado nesta quinta-feira (27), e já está disponível no portal da Prefeitura. Durante o lançamento da ferramenta, o prefeito Jonas Donizette (PSB) e a secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida Emmanuelle Alkmin enalteceram as ações da pasta criada no atual governo, mas admitiram que a cidade ainda está longe de atender completamente as demandas deste segmento.
“Não adianta eu dizer para você: ‘Ah, nós vamos ter uma Campinas acessível’. Eu acho que para dizer isso vai uns 100 ou 120 anos, porque nós somos um país com 500 anos de história sem acessibilidade e temos 500 anos de história com a deficiência reforçando o nosso complexo cultural de inferioridade”, defendeu a titular da pasta, que é deficiente visual.
O guia batizado de “Caminhos da Inclusão” foi concebido e funciona de forma completamente acessível, disponível, por exemplo, com comandos em áudio para indicar os caminhos para a navegação de deficientes visuais. De acordo com o prefeito, a iniciativa é inédita e a intenção é concentrar na ferramenta as informações dos serviços a partir da localização do deficiente.
Para navegar, o usuário coloca o endereço onde está e, por meio de um mapa, o guia indica todos os serviços disponíveis em um raio de até dois quilômetros. É possível, ainda, buscar direto o nome de alguma entidade ou então filtrar a busca pelo tipo de serviço do interesse do deficiente, que pode ser assistência, saúde, esporte e lazer, sociojurídico, educação ou cultura.
Portal ‘horrível’
Durante sua fala no lançamento do guia, a secretária admitiu que quando assumiu enfrentava dificuldades para navegar pelo site da administração, que à época ela disse ter adjetivado de “horrível” para a acessibilidade. O presidente da Informática de Municípios Associados (IMA) Fábio Pagani explicou que desde então o portal passou por reformulação para tornar-se mais acessível, por exemplo, com legendas sonoras para as fotos postadas no portal.
“Hoje em dia eu não faço mais nada que não seja acessível”, falou. Pagani explicou que o “Caminhos da Inclusão” ainda não funciona plenamente no formato mobile, para celular, mas afirmou que este será o próximo passo, o de aperfeiçoar a ferramenta para dispositivos móveis, inclusive, com a possibilidade de elaborar um aplicativo para isto.
Fonte: G1