Sesc possui aparelho que converte o texto digitalizado em áudio ou para o sistema braile
Os livros podem ser ouvidos com a ajuda da tecnologia. O ato de transformar as palavras impressas em som ocorre com o auxílio de um equipamento desenvolvido às pessoas com deficiência visual. O aparelho está instalado na biblioteca do Sesc Sorocaba e também é capaz de converter o texto digitalizado para o sistema braile.
Basta o visitante da biblioteca escolher uma obra na prateleira e solicitar a digitalização do conteúdo. A pessoa não precisa ser matriculada no Sesc Sorocaba.
O scanner Sara é um dos mais modernos de atualidade no segmento de acessibilidade aos deficientes visuais. O objetivo do aparelho é permitir a leitura de livros, revistas e jornais por pessoas com baixa visão ou ausência total dela.
A aparelhagem permite a leitura dos livros e periódicos de forma autônoma. O scanner é conectado a outro equipamento, que converte o texto digitalizado para o sistema braile e pode ser utilizado também com o pen-drive e CD. O deficiente visual tem a opção de gravar o texto selecionado e, caso a pessoa não seja alfabetizada em braile, existe a opção de ouvir o conteúdo da obra.
O aparelho usa a mais recente tecnologia para o reconhecimento e leitura de caracteres de uma maneira clara. Uma voz quase humana sintetizada, com 36 opções com timbres masculinos e femininos, não chega a desapontar os ouvidos mais exigentes.
Um dos problemas do scanner é a falta de leitura de letras cursivas. Caso haja uma assinatura escrita a mão em uma carta digitada no computador, o aparelho compreenderá a carta mas não a assinatura.
Segundo o consultor de informática Fabiano Lopes de Castro, 35 anos, o aparelho tem outro problema. “Caso seja digitalizada uma página dividida em colunas, como a folha de um jornal, o software não entenderá essa divisão e fará a leitura por voz de todas as linhas horizontais. Com isso, fica incompreensível”, conta.
Mesmo assim, Castro garante que o Sara é o melhor da atualidade. O consultor de informática fala com propriedade, pois utiliza um equipamento similar na Associação Sorocabana de Atividades para Deficientes Visuais (Asac).
Castro perdeu a visão há dez anos em decorrência de diabetes. Ele morava em Itapeva e, após parar de enxergar, mudou-se para Sorocaba. Desde então, utiliza o equipamento para ler e estudar. “Eu, particularmente, prefiro ouvir. Mas cada um é cada um. Tem gente que prefere ler em braile”, comenta.
A biblioteca do Sesc Sorocaba também disponibiliza um ampliador de caracteres. O aparelho aumenta a imagem do documento colocado na bandeja e a exibe em um tela de LCD. O equipamento é destinado às pessoas com baixa visão. Além disso, o aparelho possibilita a mudança de contraste, cores de fundo e letra e, ainda, insere margens e guias para orientar a leitura.
A biblioteca do Sesc Sorocaba funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 21h30. O local também fica aberto aos sábados, domingos e feriados das 9h30 às 18h. Mais informações pelo telefone (15) 3332-9332.
Fonte: Cruzeiro do Sul