A vereadora cadeirante Dayane Amaro Costa (PDT), de Mogi Mirim (SP), não conseguiu acompanhar hoje uma sessão plenária da Câmara porque não havia elevadores ou rampas para que ela chegasse à tribuna da Casa. A vereadora tentou chegar às galerias abertas ao público, que ficam no andar de cima do plenário, mas não encontrou meios para viabilizar sua subida.
Dayane disse que foi informada por funcionários da Câmara que o elevador que dá acesso às galerias está quebrado. Em seguida, foi orientada a ir para o Senado para acessar o local –onde teria um elevador disponível.
Quando chegou ao Senado, o elevador que dá acesso às galerias também estava quebrado. Além dos elevadores, a única forma de acessar o segundo andar do plenário é por meio de escadas.
A vereadora disse que ainda questionou servidores se não havia bombeiros disponíveis no Congresso para carregá-la até o local, mas recebeu a informação de que ninguém poderia ajudá-la na subida naquele momento.
Inconformada com o tratamento recebido na primeira visita ao Congresso, a vereadora disse que esperava um melhor tratamento da sede do Legislativo aos deficientes físicos. Ela disse que vai encaminhar cartas aos presidentes da Câmara e do Senado relatando o episódio.
“É constrangedor. Esse lugar deveria dar exemplo para todo o país. Se aqui não tem acessibilidade, imagina no resto do Brasil”, afirmou.
As outras duas vereadoras de Mogi Mirim que acompanhavam Dayne na visita, que não são cadeirantes, também reclamaram do tratamento recebido. “Era interessante para nós, vereadoras, acompanhar a rotina de trabalhos dos deputados. Mas não conseguimos porque não há como a Dayane subir. Depois que nós não conseguimos acessar as galerias, elas foram fechadas como se ninguém pudesse subir. Mas fizeram isso só para tentar minimizar o que fizeram conosco”, protestou a vereadora Márcia Rorroli (SDD).
No ano passado, a Folha de S.Paulo mostrou que o Senado gastou R$ 74 mil para instalar um elevador reservado para que pessoas com necessidades especiais acessassem o plenário. A máquina ficou parada por dois anos, voltou a funcionar em 2013, mas novamente está parada.
Sem o elevador, os cadeirantes que vão ao Senado não podem ter acesso às galerias do plenário -área destinada para os visitantes acompanharem votações. Muitos têm que acompanhar as sessões da tribuna de honra, que fica no térreo, mas necessitam de autorização especial para o acesso quando as visitas ocorrem nos horários das sessões.
A acessibilidade no Senado é uma das principais bandeiras da gestão do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Na Câmara, o tema também é tratado como prioridade pelo presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
A reportagem questionou o Senado e a Câmara sobre o incidente, mas as duas Casas ainda não se manifestaram.
Fonte: Diário de Guarapuava