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Deficientes na Grécia nadam graças à cadeira que funciona a energia solar

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Lefteris Theofilou, de 52 anos, que sofre de paraplegia, entra no mar com a ajuda do Seatrac,

dispositivo movido a energia solar que permite que pessoas com deficiência entrem e saiam do mar de forma autônoma, em praia de Alepochori, no oeste de Atenas, no dia 12 de julho

Pessoas com deficiências físicas podem nadar sozinhas na Grécia graças a uma cadeira movida a energia solar desenvolvida por uma equipe de cientistas. O dispositivo Seatrac permite que os indivíduos entrem e saiam da água de forma autônoma, por meio de um trilho que os leva até o mar e os traz de volta à areia.
O aparelho foi criado em 2008 e protegido por leis de patente europeias e americanas. Ele opera sobre um mecanismo de controle fixo, que permite que até 30 cadeiras de rodas sejam movidas diariamente para dentro e fora do mar.

Atualmente, 11 dispositivos Seatrac estão instalados na Grécia, um país com milhares de ilhas e uma das maiores costas do mundo. Os pesquisadores tentam agora expandir o negócio: o produto já foi exportado para o Chipre, e há negociações com países como Croácia, França, Emirados Árabes Unidos e Israel.

Os criadores do dispositivo também se beneficiaram do clima da Grécia, onde faz sol quase o ano todo, mas ainda há pouca acessibilidade para pessoas com deficiência. Além disso, o Seatrac pode ser configurado facilmente em praias sem rede elétrica e desinstalado ao fim da temporada, sem danos para o meio ambiente.

A equipe espera que o aparelho impulsione o turismo no Mediterrâneo, o setor mais lucrativo da região. Os cientistas lamentam, porém, a falta de apoio das autoridades locais, que compraram o dispositivo por R$ 90.810 cada, e são responsáveis pela manutenção após o primeiro ano de uso.

Paralisado da cintura para baixo, o mecânico Lefteris Theofilou, de 52 anos, passou quase metade da vida ligado a uma cadeira de rodas. Ele lembra como se fosse um sonho a primeira vez que a cadeira movida a energia solar lhe permitiu nadar sozinho no mar grego, em uma noite quente de verão.

Ele se sentou na cadeira e, ao apartar um botão, subiu nela sem ajuda e andou 20 metros pela costa até a água.

“Temos milhares de praias, as mais belas do mundo, e ainda assim não somos capazes de nadar nelas? Isso faz você se sentir livre e capaz de coisas que não poderia imaginar que faria em seu próprio país”, disse. “Esses caras criaram uma coisa incrível, e ainda tropeçamos em problemas do Estado. Esse é o desleixo do Terceiro Mundo”, afirmou Theofilou.

O engenheiro Ignatios Fotiou, um dos inventores do Seatrac, comparou a falta de apoio do governo à “construção de um apartamento de cobertura sem um edifício embaixo dele”.

Em uma praia movimentada na cidade costeira de Alepochori, perto de Atenas, vandalismo e roubos de painéis solares são comuns. Se alguma coisa quebra, os moradores dizem que pode levar dias para o município corrigir o problema, o que às vezes é adiado ainda mais por trabalhadores em greve. Muitas vezes, adolescentes também usam a máquina como trampolim de mergulho.

O grego Minas Georgakis – cuja mulher, Matoula Kastrioti, de 46 anos, sofre de esclerose múltipla e está em uma cadeira de rodas – disse que precisou tomar o assunto nas próprias mãos, porque a ajuda da administração local “simplesmente não existe”.

Com pranchas de madeira, ele construiu uma rampa adicional para permitir o acesso ao Seatrac, já que as cadeiras de roda convencionais não podem ser conduzidas sobre a areia. Mesmo assim, o caminho que leva até o dispositivo é frequentemente bloqueado por motocicletas estacionadas e lixo não recolhido.

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Trio trabalha na instalação do Seatrac em Nea Makri, a leste de Atenas

 

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Trilhos do Seatrac em praia de Alepochori, a oeste de Atenas, em julho

 

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Lefteris Theofilou, que sofre de paraplegia, é ajudado pela mulher, Eleni, de 37 anos, que tem paralisia cerebral. Dispositivo a energia solar ajuda pessoas com deficiência a nadar

 

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Matoula Kastrioti, de 46 anos, que sofre de esclerose múltipla, entra no mar em praia em Alepochori, a oeste de Atenas, com ajuda de aparelho movido a energia solar que vai até a água

 

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A grega Matoula Kastrioti observa praia em Alepochori, no dia 12 de julho

G1

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