Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), do total e pais de crianças que são autistas, 53% deles afirmam que levam seus filhos para a escola porque querem que as crianças possam desenvolver socialmente. Entre os pais, somente 18% deles considera que a escola contribua para o aprendizado das crianças, assim como avanços no comportamento e comunicação das crianças. Mas, para 85% dos cuidadores das crianças com autismo, a escola tem contribuição positiva.
O propósito no desenvolvimento social das crianças com autismo é um foco diferente do objetivo principal da educação e isso acontece porque o autismo prejudica especialmente a interação que a criança tem com outras pessoas. Este aspecto é definido pela Classificação Internacional das Doenças, e por isso há a necessidade que a escola contribua ainda neste processo de socialização das crianças.
Ana Gabriela Lopes Pimentel é fonoaudióloga e realizou a pesquisa “Autismo e escola: perspectiva de pais e professores”. Ela explica que há duas razões para os pais não acharem que a escola contribua para o aprendizado dos alunos com autismo: ou a escola subestima o potencial de educação que crianças e adolescentes autistas possuem ou o resultado da escola é ignorado pelos que também são responsáveis pela sua qualidade.
A fonoaudióloga começou seus estudos em 2010 e seu principal objetivo era descobrir como acontece a inserção de crianças com autismo na escola. Assim, na primeira fase, ela fez entrevista com 56 pessoas que cuidavam de crianças diagnostica com espectro de autismo no momento em que as crianças participavam da terapia fonoaudiológica.
Grande parte dos pacientes era formada por meninos e tinham idade entre três e 16 anos. Em relação à escolarização dos filhos, o percentual era grande, 96,4%, correspondendo a 54 crianças. A maioria dos responsáveis – 85% – optou por matricular as crianças mo ensino regular. Além disso, a fonoaudióloga constatou que todos os cuidadores que afirmaram que não viam benefício na escolarização das crianças era porque estas estudavam em turmas com apenas um professor na sala.
Professores
A fonoaudióloga também conversou com os professores destas crianças. Eles afirmaram que a escola apoiava o processo educacional nas crianças, mas sentiam falta de contribuição tecnológica. Ao todo, 51 professores responderam ao questionário.
Entre as áreas do trabalho com as crianças com autismo, os professores apontaram que a comunicação é a área que apresenta maior dificuldade assim como o comportamento e aprendizado. Por outro lado, eles afirmaram que a maior contribuição da escola para estes alunos foram nas relações interpessoais e na comunicação. Segundo os professores, a maior dificuldade das crianças é na interação.
Os professores também apontaram que o comportamento menos observado nas crianças com autismo foi a agressão a outros colegas ou a si mesmo.
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