Falta de acessibilidade e qualificação profissional é um desafio para conseguir uma vaga no mercado de trabalho
A lei de cotas exige que empresas com cem ou mais funcionários preencham de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas com de deficiência, o que é um desafio. Afinal, o mercado não está preparado para receber cadeirantes e outros.
Acessibilidade é a palavra que não sai da boca de muito empresários, mas que está longe de ser uma realidade. “Não adianta o empresário ter um número de vagas para deficientes se não oferece uma rampa ou elevador, se não instala corrimão em corredores ou banheiros adaptados”, resume Silvana Gáspari Lo Mônaco, psicóloga e coordenadora da Amarati (Associação de Educação Terapêutica para Portadores de Lesões Neurológicas).
Outro desafio é incluir no mercado de trabalho profissionais qualificados, ou seja, para vagas mais específicas e melhor remuneradas. Segundo Reinaldo Fernandes, responsável pela Coordenadoria da Pessoa Deficiente da Prefeitura de Jundiaí, geralmente o que se pede são operador de telemarketing ou atendente. “Dificilmente uma empresa dá a oportunidade para um arquiteto ou engenheiro que seja deficiente. Falo isso porque tenho vários currículos parados”.
Ainda assim, há quem comemore a chance de ter a própria independência, como é o caso do agente técnico administrativo Alan Tomaz de Souza, 26 anos. Ele trabalha na recepção do Senac há dois anos, tem seu carro próprio e faz faculdade de informática da gestão na Fatec. Alan tem deficiência motora desde os 10 anos por conta de uma má formação na coluna, fez tratamento na Amarati e há cinco anos teve alta.
Sua rotina só contribuiu para melhorar a autoestima e permitir a inclusão na sociedade. “Me sinto feliz e realizado”, diz.
O Senac investe pesado em contratação de deficientes e o trabalho vai muito além de cotas. “Temos um grupo de inclusão que reúne funcionários voluntários formados na área ou que já têm experiência para pensar a acessibilidade” , explica Robert dos Anjos, coordenador técnico da área de desenvolvimento social da instituição.
Ele explica que o trabalho do grupo começa a partir do momento em que um aluno deficiente se inscreve para qualquer um dos cursos ou consegue uma vaga de professor. Hoje, a empresa conta com sete funcionários deficientes.
Maioria das oportunidades são na produção ou administrativo
As vagas em aberto no mercado de trabalho são voltadas principalmente para as áreas de produção e administrativo, segundo a analista de recursos humanos Amanda Meneguetti.
As empresas não exigem experiência, mas o candidato precisa ter, no mínimo, o ensino médio. E as oportunidades independem do tipo de deficiência. “Mesmo assim é sempre uma dificuldade encontrar mão de obra que encaixe”, revela ela, dizendo que fica mais de meses para conseguir fazer uma seleção.
As agências de empregos fazem parcerias com faculdades e com instituições. Nesse segundo caso um exemplo é o da Amarati, que trabalha com portadores de deficiência e defende que seus assistidos conquistem um espaço no mercado.
Carolina Rita de Cássia Ruis, 22 anos, conseguiu a vaga para operadora de telemarketing na própria instituição. Ela também teve má formação na coluna e é cadeirante, mas assegura que vive sua vida da melhor maneira possível. Está terminando o ensino médio, já faz planos para fazer uma faculdade e traz uma aliança de compromisso na mão, o que indica que tem intenção de se casar. “Gosto do ambiente de trabalho e isso melhora minha saúde”, diz.
Terra
é mentira eu tenho minhas qualificações não consigo emprego em nenhuma empresa, é muito constrangedor para quem passa por esta situação e ao meu ver a maioria das empresas escolhem qual é o tipo de deficiente eles (contratam)chega a ser um absurdo os episódios os quais passei , isto de uma certa forma deixa a gente descrente a respeito da inclusão.