Empreendedora cadeirante investe no conceito toy art para fazer bonecos de monstros
O primeiro boneco dentro do conceito toy art feito pelas mãos de Cris Corrêa não rendeu muitos elogios. Na verdade, ela ouviu que tinha ficado horrível e a expressão “Oh maenga”, que na cidade onde mora, em Jacupiranga, no Vale do Ribeira, é usada para expressar pena/dó. “Ficou feio mesmo, mas em vez de desanimar, achei engraçado e resolvi me aperfeiçoar”, conta Cris, que resolveu apostar nos bonecos para empreender. A expressão ouvida no começo serviu como inspiração para o nome da empresa: Maenga Toys.
Mas a decisão de fazer os bonecos não foi tomada de uma hora para outra. Hoje, Cris tem 30 anos, mas aos 17 sofreu um acidente de carro que a deixou na cadeira de rodas. Foi no período de readaptação que ela fez uma série de cursos, desde pintura a trançado em taboa. A faculdade de Pedagogia veio logo em seguida. Foi quando ela voltou a ter contato com a costura ao desenvolver um projeto com fantoches.
A empreendedora acredita que a ligação com a costura vem desde a infância, quando sua mãe fazia bonecas de pano para ela e sua irmã. Já na adolescência, Cris customizava seu material escolar e sempre procurava exercitar sua criatividade.
Mas a ideia de se organizar como uma empresa surgiu após ela passar em um concurso para trabalhar como professora em uma cidade vizinha, mas resolveu desistir devido às dificuldades de mobilidade. “Como eu já estava envolvida na costura, resolvi investir nos bonecos”, disse.
A primeira grande encomenda foi para a Hazit Online Games, em 2011. Cris foi responsável por transformar os personagens de um jogo, o Easta Online, em bonecos. Hoje, Cris vende seus bonecos “monstruosamente fofos”, como ela define, pela internet e em lojas parceiras. Os produtos custam a partir de R$ 40. Ela também desenvolve bonecos por encomenda e até caricatoys, caricaturas em bonecos personalizados, todos costurados por ela.
O plano da empreendedora é aumentar a produção, mas ela depende de mão de obra. Por isso,
a ideia é realizar oficinas na região onde mora para capacitar profissionais para ajudá-la em caso de grandes encomendas.
Estadão PME