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Deficiência não é Desculpa

Claudio Tavares, 34 anos brasileiro, daqueles que não desiste nunca. profissional com mais de 16 anos no mercado de trabalho sendo 12 anos dedicados à criação e resolução de rotinas referentes à administração e recursos humanos, atua na área social do governo do Paraná, possui experiência em processos logísticos, finanças, graduado em sistemas de Informação, especialista em administração de dados e deficiente físico. Não, isso que você lê querido leitor, não é apenas um currículo, é a história de um cidadão que tem uma deficiência congênita, ocorrida ainda na fase gestacional que ocasionou o encurtamento do braço e ausência da mão direita. Nem por isso, Cláudio sentiu-se vítima da vida, tampouco preocupou-se apenas consigo.
Há dois anos, a esposa de Cláudio, Kelli Tavares teimava em voltar ao mercado de trabalho. Ele pensava em dar essa oportunidade a sua mulher como presente e queria fazer algo diferente que trouxesse resultados visíveis para a sociedade. Parece simples? pois bem, segundo Kelli, o trabalho foi árduo, precisava-se juntar as ideias e também dinheiro. O plano era trazer algo que contribuísse para que as pessoas com deficiência tivessem chances no mercado de trabalho.  Dessa forma nasceu o site: www.deficienteonline.com.br

“ O portal hoje atende uma porcentagem de 44% deficientes físicos, 19% auditivos ou surdos, seguidos de visuais e outras deficiências.” detalha Kelli e ainda conta o quão é desafiador o trabalho. “Fazer um gestor entender que uma pessoa com deficiência tem capacidade suficiente para alcançar grandes cargos nas empresas e ser um profissional de sucesso é um desafio.”

Kelli, que é sócia do marido na empreitada diz que ainda existe preconceito e que apenas uma minoria das empresas estão dispostas de fato a contratar uma pessoa com deficiência, e por muitas vezes, inexperiente, e ainda, qualificá-la para determinadas funções.  Mas Kelli e Cláudio não desistem e dizem que é gratificante saber que fazem a diferença usando o conhecimento em benefício do bem comum.

 

Claudio e Kelli Tavares - Fundadores do Portal DeficienteOnline.com.br

O Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba (PR) é um exemplo de empresas que utilizaram os serviços da deficienteonline.com.br.  A analista de Recursos Humanos, Priscila Fabro, conta que começou a usar este tipo de serviço pela dificuldade de identificar nos currículos, determinados profissionais. “Alguns descrevem, que são portadores de deficiência, mas essa prática ainda não é comum.” disse Segundo a analista de RH, anunciar vagas em site específico para portadores de deficiência, facilita e agiliza o trabalho, porque somente pessoas com este perfil se candidatam na vaga anunciada.

“O profissional já envia o currículo sabendo as atividades e exigências, e a empresa também consegue avaliar se a limitação daquele profissional está de acordo com a função a ser desempenhada.” conta Atualmente o hospital matem funcionários dessa natureza ocupando cargos em várias funções, e em vários níveis de escolaridade e formação.

“São profissionais na higienização, auxiliares de cozinha, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, assistentes administrativos, vigias, assistentes sociais. E com diversas deficiências: física – membros inferiores e superiores, nanismo, visual, auditiva, mental leve.”

 

O assistente administrativo, Airton Oliboni, trabalha no setor financeiro do hospital. É portador de uma deficiência física que atinge a elasticidade dos músculos e faz parte do quadro de funcionários há quase 5 anos. Ele foi contratado graças a um programa  de cotas para deficientes que o hospital  implantou.  “Desde que estou no hospital sempre fui bem tratado, e visto pelos meus colegas e chefia como um profissional em condições normais para realizar as atividades impostas. Percebo que o tratamento dado fica além do meu setor, ou seja, não importa o grau profissional.” Diz Oliboni e ainda ressalta sobre a preocupação dos colegas de trabalho para com outros profissionais que se encontram na mesma situação. Ele destaca a importância de sentir-se adaptado e apoiado.

Airton e Priscila - Hospital Erasto Gaertner

Priscila conta que esses funcionários tem a mesma produtividade, comparada aos demais e também são cobrados como qualquer outro. “Também procuramos ajustar a atividade com a sua limitação. Por exemplo: não contratamos um enfermeiro cadeirante para atuar no centro cirúrgico, já que o mesmo terá uma grande dificuldade de locomoção para auxiliar em uma cirurgia, porém, podemos contratar um uma pessoa com deficiência nos membros inferiores para atuar com digitação ou em algum setor administrativo, visto que a locomoção será mínima”.

 

Fonte Blog do Eduardo Gois