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Cadeirante adota bicicleta especial e participa de Tour do Rio

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Aos 23 anos, Eduardo Camara, um jovem apaixonado por esportes, ficou paraplégico após ser baleado em uma tentativa de assalto. Superado o choque inicial causado pelo incidente, o carioca decidiu manter a prática esportiva entre as atividades de sua nova vida. Ele experimentou o basquete e o handball, mas o ciclismo foi a modalidade que despertou verdadeiramente o seu interesse.
– Eu sempre fui apaixonado por bicicletas. Quando me tornei cadeirante, andar de bicicleta passou a ser uma das coisas que eu mais sentia falta. Eu não sentia falta do futebol, mas sentia da bicicleta. Demorei quase dez anos para voltar a pedalar – lembra.

Há cinco anos, Eduardo voltou a pedalar pelo Rio de Janeiro. Desta vez, usando uma handbike, modelo americano de bicicleta específico para cadeirantes. Um ano depois, ele comprou a sua própria “magrela” e começou a treinar para competir na categoria, ganhando campeonatos nacionais e se destacando em provas fora do Brasil.

Eduardo encontrou no ciclismo motivação para manter a vida ativa após incidente 
– Eu me reencontrei! De lá para cá, comecei a treinar bastante, consegui conquistar campeonatos nacionais e até o terceiro lugar em uma prova nos Estados Unidos, onde o nível dos atletas é bem mais alto do que no Brasil – conta.

Ao saber do Tour do Rio, etapa carioca de uma competição internacional de ciclismo, Eduardo se animou para mais um desafio. Em 2012, por problemas de saúde, ele não conseguiu disputar a prova. No entanto, o atleta se preparou e está confiante para o evento deste ano, realizado no dia 18 de agosto, em Conservatória.
– Tenho treinado bastante, participado de diversas competições e fiquei muito interessado ao saber do Tour do Rio. Sei que é uma prova sensacional! Desta vez, nada vai me impedir de participar. É uma competição difícil para handbike, porque tem muitas subidas e montanhas. Espero fazer uma boa prova – revela.

Ao contrário das bicicletas convencionais, a handbike é pesada, chega a ter 14kg – uma bike comum pesa 7kg -, e é movida com o braço, o que aumenta o nível de dificuldade. Além disso, todos os comandos dela são feitos com a mão: guidom, troca de marchas e freio. O ciclista fica deitado e, segundo Eduardo, a posição não é confortável para quem pedala.

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– Eu fico em uma posição deitada, que não é confortável, ao contrário do que as pessoas pensam. Assim eu fico mais aerodinâmico, diminuindo o “arrasto” do vento e ficando mais competitivo, mas ela não é muito confortável – explica.

Um dos poucos atletas de handbike do Rio de Janeiro, Eduardo treina ao lado de atletas do ciclismo convencional. Para os amigos do carioca, o ciclismo é um esporte. Para ele, tem uma importância muito maior: virou sinônimo de liberdade.
– Espero nunca mais parar na minha vida, vou pedalar enquanto eu puder. É um prazer imenso, uma sensação de liberdade sem igual, alcançando lugares onde eu só conseguiria chegar com a cadeira de rodas.

G1

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