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Ex-gari recolhe mais de 400 rolhas para fazer bengalas guias em Santos

elaine-editUma ex-gari conseguiu juntar mais de 400 rolhas plásticas do último réveillon para ajudar mais de 200 deficientes visuais de uma instituição em Santos, no litoral de São Paulo. As rolhas plásticas de garrafas de bebidas alcoólicas foram encontradas nas areias das praias e, agora, são utilizadas para as bengalas guias de cegos e deficientes visuais.

Elaine Calista Rodrigues foi contratada temporariamente durante o verão para realizar a limpeza das praias de Santos. No primeiro dia do ano, enquanto recolhia o lixo deixado por muitos turistas e moradores da região, após a virada do ano, ela encontrou diversas rolhas plásticas.

Como sua mãe trabalha no Lar das Moças Cegas, ela já conhecia a ação da instituição de recolher as rolhas plásticas que podem ser usadas nas bengalas dos deficientes visuais. Ela resolveu reunir o maior número de garis, durante o seu turno, para ajudar nessa ação. “O meu setor de trabalho era da divisa de Santos e São Vicente até o Aquário. Eu comentei com o pessoal e um foi comentando com o outro. Cada um ficou com um saco a mais na cintura e ficou juntando. No final, eles me deram”, diz ela. Ao todo, 420 rolhas foram coletadas. Elaine levou todas para a casa dela, lavou uma por uma e entregou na instituição.

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O educador físico Gilmar Ribeiro dos Santos, que é professor de orientação e mobilidade do Lar das Moças Cegas, diz que nunca recebeu tantas rolhas de uma vez só. “A gente faz a campanha internamente e, geralmente, o pessoal traz poucas. Foi interessante que ela conseguiu juntar 400. Dessa vez, foi um número significativo vindo de uma pessoa que a gente não esperava”, falou.

As rolhas serão utilizadas nas bengalas guias. “A bengala tem uma ponta fixa. Existem algumas técnicas de movimento com as bengalas. A da ‘varredura’ é a mais usada e com a ponteira fixa não dá pra fazer, não tem um deslize perfeito. Então, a gente pega uma roldana e a rolha vai por cima. Fica uma espécie de rodinha. A rolha é a que gasta mais, fica direto no chão”, explica o professor. Segundo ele, um aluno que se locomove bastante gasta uma rolha a cada dez dias. As rolhas ficam na instituição e ficam a disposição dos alunos para serem utilizadas, conforme a necessidade. O professor calcula que até 50 rolhas são doadas para os alunos por mês.

Por isso, ações de cidadania como a de Elaine fazem a diferença para os deficientes visuais continuarem se locomovendo com as bengalas guias adaptadas. O contrato de Elaine como gari já terminou, mas ela espera que a ideia seja apenas o ponto inicial para que outras pessoas se envolvam nessa ação. “A rolha vai para o lixo porque não sabem que pode ser útil. Se a gente tivesse juntado a noite e a manhã toda, tínhamos juntado muito mais”, fala.

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Fonte: G1

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