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Projeto estimula deficientes visuais a criar peças de design

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Bruno Leal, 14 anos, e Luis Gustavo Moreira, 21, durante as aulas, conhecem a textura e o toque de vários materiais

“A parte mais importante de uma obra é algo que ninguém vê.” Para o designer Rodrigo Brenner, autor da frase acima, toda peça surge de uma inspiração invisível, subjetiva e simbólica. Foi desse argumento que nasceu o projeto Design Invisível, executado pelo jovem proprietário da Furf Design, em parceria com a Decormade e o Instituto dos Cegos.

Por meio de oficinas inseridas em um projeto do instituto, o “Ver com as mãos”, que oferece cursos de artes para deficientes visuais, Brenner tratou de mostrar a magia do design a uma turma de cegos. O primeiro grupo formado no começo de 2013 era integrado por quatro alunos, que aprenderam técnicas de fabricação de móveis e conceitos da área, que os permitiram inventar produtos. E, para que os novos designers percebessem pelo tato o que estavam desenvolvendo, os projetos foram executados em EVA.

Os alunos buscaram inspiração no cotidiano e alguns até imaginaram histórias como panos de fundo para a própria criação. Foi o caso do estudante Luis Gustavo Moreira, 21 anos. Em busca de alguma ideia, o rapaz ligou o rádio e, ouvindo moda de viola, imaginou a vida de um pobre sitiante que se torna um grande fazendeiro, mas não abre mão do espírito simples. A partir do trajeto de vida do protagonista da trama, Moreira criou a cadeira Caminhada, que une o conforto de um homem abastado e a rusticidade campestre. Um dos diferenciais do trabalho é o pé da peça, que é feito de raiz de árvores. “É para lembrar que o personagem da minha história, apesar de ter enriquecido, nunca abandonou suas raízes”, revela o estudante.

Bruno Leal, 14 anos, também entrou na onda conceitual e desenvolveu a cadeira Vazia, que tem dois buracos no encosto que fazem referência aos vazios existenciais no coração das pessoas, apesar de existirem produtos diferentes e formas eficazes de produzi-los com rapidez.

As peças da primeira turma ficaram prontas com o apoio da Decormade. Os quatro produtos estão expostos na loja, não para a venda, mas a ideia de comercializa-las não deixa de ser cogitada, de acordo com o proprietário da empresa, Mauro Schwartsburd. “Vamos estudar essas possibilidades em 2015”, adianta. Responsável pelo projeto, que já recebeu vários prêmios, como o Idea Brasil e o Design for all, do Instituto Europeu de Design, Rodrigo Brenner está cheio de expectativas quanto ao futuro do trabalho. Novas turmas têm recebido treinamento e o sucesso do primeiro grupo promete se repetir.

Fonte: gazetadopovo.com.br

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